Meses após os acontecimentos de "A rainha do nada" Jude se vê em uma situação, um tanto quanto inusitada e perigosa.
Novas intrigas, planos mirabolantes, amizades improváveis, segredos e meias verdades desastrosas. Tudo isso enquanto tenta lidar com...
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Depois de minha conversa com cardan nos jardins ele tem estado distante. Falamos brevemente sobre isso a um dia atrás quando ele deixou de comparecer a um jantar importante, sinceramente não estava brava de verdade com ele, sabia o que estava fazendo. Mas mesmo assim. Perder nem um, nem dois, mas três acordos muito vantajosos para o reino não é algo pequeno.
Todos já perceberam o tempo que o rei passa na biblioteca do palácio, isso não era uma coisa muito de se ver, então se tornou fofoca rápido demais. Nenhum dos cortesãos abelhudos sabe do motivo é claro, o que torna piores as especulações. Mas isso era o de menos, apenas fofoca de feéricos que não tem o que fazer.
Apenas Cardan e eu sabíamos do motivo de tanta ausência. No começo confesso que estava cética no início, pensei que isso era apenas a forma de Cardan lidar com o sofrimento antecipado, então não interferi em nada. Resolvi dar a ele tempo para processar que, talvez, não me restasse tanto tempo quanto pensávamos. Eu mesma tinha minha forma de lidar com a alternativa. Consistia principalmente em, acreditem se quiser, fogo.
A pouco mais de algumas semanas descobri o que uma forja pode fazer, em especial uma movida a magia. Um feérico gentilmente apelidado de agulha, me ajudou com o que eu precisava saber para começar. Em poucos dias descobri que minha habilidade em empunhar lâminas também se estendia a forjá-las.
Tinha a dificuldade de minha barriga enorme e meu cansaço constante, mas eu estava me esforçando, e me divertindo. Com a ajuda de agulha faltava pouco para terminar meu primeiro, e talvez último, projeto.
Duas espadas gêmeas. Para meus possíveis filhos gêmeos, o fato de eu já ter aceitado tornava mais fácil a fabricação das peças. Seriam o presente perfeito, ao menos era o que eu esperava. Quando parei de temer minha hipotética morte, comecei a focar nos pontos bons em ter dois bebês. Confesso que no início não consegui, mas logo depois as coisas foram se ajeitando em minha cabeça.
Antes pensei que teria uma pequena garotinha no fim dos nove meses, passei que teria uma pequena garotinha no fim dos nove meses, passei quase sete fantasiando como ela seria e o que mudaria em minha vida quando ela chegasse. Agora minha cabeça trabalhava em visualizar duas garotas ou dois garotos ou um casal, são muitas possibilidades. Eu me sentia animada com isso.
- Jogue na água com cuidado agora. - me instruiu agulha com sua voz antiga e mística.
Com cuidado joguei uma das lâminas quentes na vasilha com água. Com um estalo o vapor começou a subir.
- Ótimo, agora a outra. - agulha continuou me instruindo de seu lugar martelando um pedaço de metal.
Assim que retirei a lâmina da água joguei a outra como agulha disse. Essa não era a parte divertida mas eu gostava mesmo assim. Era até engraçado o fato do calor e umidade não me incomodarem tanto, mesmo que eu passasse a noite toda suando num lugar apertado, escaldante e levemente fedido, não me afastava.
