Seguindo em frente

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Por Draco Malfoy

Minha cabeça estava cheia de pensamentos.

Eram tantas coisas para entender, para analisar. Eu não sabia nem por onde começar.

O que é que havia acontecido? O que eu havia perdido? Onde é que eu havia errado?

Nem percebi que eu já havia chegado em casa de tão distraído que eu estava. Abri a porta e encontrei minha mãe sentada no sofá enquanto lia um livro.

- Finalmente você chegou querido. - ela deixou o livro de lado e então olhou para mim. - O que aconteceu? Que carinha é essa? Você estava chorando?

- Não. - tentei mentir mas minha voz arrastada me entregou.

- Ah, querido. Venha aqui. - ela me chamou para perto dela.

Me sentei no sofá ao seu lado e senti as mãos geladas de minha mãe tocarem o meu rosto.

- Quem foi que fez você chorar? - ela perguntou com seu jeito carinhoso de sempre. - Me fala que eu arrebento.

Dei risada. Minha mãe era ótima nisso, em me distrair com suas piadinhas para o choro ir embora. Ela usava essa técnica comigo desde que eu era uma criança.

Mas então eu me lembrei do motivo pelo qual minha mãe estava precisando me distrair. Suspirei.

- Eu terminei com Harry. - contei a ela. - Foi só isso.

Ela assentiu.

- E como você está se sentindo com isso? - seus olhos preocupados buscavam alguma coisa dentro de mim.

- Triste. - admiti. - Mas eu vou dar conta disso. Eu sempre dou.

Encarei minha mãe. Eu não sabia qual era o poder que ela tinha mas de repente me deu a maior vontade de chorar feito uma criança. A sensação foi aumentando, aumentando e aumentando. Tentei me segurar ao máximo mas não consegui.

Então eu desabei.

Minha mãe fez sinal para eu deitar a cabeça no colo dela e foi o que eu fiz. Senti sua mão começar a fazer carinho no meu cabelo enquanto eu deixava toda aquela dor sair de dentro de mim.

- Pode chorar meu querido. - ela disse suavemente. - Sua mãe está aqui com você.

- Eu não sei mais viver sem ele mãe. - confessei. - Eu não sei mais como fazer isso.

- Você vai descobrir querido. Eu garanto. - ela tentou me tranquilizar. - Nenhuma dor é eterna. Nada dói para sempre.

- Tomara que você esteja certa. - suspirei em meio as lágrimas salgadas que escorriam pelo meu rosto sem parar.

- Eu estou querido. Pode apostar que eu estou.

Permaneci por um tempo no colo dela sem dizer nada. Eu me sentia acolhido pelo silêncio.

Ele era oco, sem vida e vazio.

Assim como eu.

E no meio dos meus pensamentos tristes e solitários, sem que eu percebesse, acabei adormecendo.

***

Senti o cheiro de café invadir o meu olfato. Tentei abrir os meus olhos mas foi difícil. Estavam doendo e também deviam estar bem inchados.

Percebi que eu havia dormido no sofá e que uma coberta quentinha repousava sobre mim. Coisas da minha mãe, obviamente.

Me sentei no sofá, sentindo um pouco de dor nas costas.

- Já acordou querido? - ouvi a voz de minha mãe atrás de mim. - Vou levar uma xícara bem forte de café para você.

- Eu estou mesmo precisando de uma. - concordei.

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