Pequenos passos

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   Por Draco Malfoy

Aquela havia sido uma das melhores noites da minha vida.

Joguei boliche, ri com meus amigos, fui aplaudido de pé por uma plateia que gostou da minha voz. Era a primeira vez que eu era reconhecido por um talento meu. Por uma ação minha. Era a primeira vez que me admiravam. De verdade.

E beijei alguém. Beijei um homem sem estar fazendo sexo com ele. Beijei um homem fora do lugar de trabalho. Beijei simplesmente porque queria beijar. Nada mais. Sem mãos bobas, sem sacanagem, sem interesse. Beijei por afeto.

E isso era uma coisa que eu não fazia há muito tempo. Há muito tempo mesmo.

Quando eu tentasse me lembrar novamente de todas as pequenas vezes em que fui realmente feliz, com certeza essa noite estaria incluída entre elas.

E isso me confortava.

Saber que, mesmo com a vida que eu levava, eu ainda podia ser feliz.

De um jeito ou de outro. 

***

Por Harry Potter 

Depois daquela noite alguma coisa havia mudado. Eu só não sabia o que era.

Quando deixamos a Bruxos&Bolas combinamos de repetir o programa um outro dia e talvez até chamássemos Neville.

Me despedi de Draco apenas com um aceno e fui embora com Rony e Hermione. Aquilo era tão estranho. Eu já havia visto ele nu, já havia chupado aquele seu pau enorme e também já havia sido chupado por ele. Eu já tinha fodido aquele homem intensamente e ele já havia batido tanto na minha bunda até deixar ela vermelha. Mas um beijo era algo tão..... íntimo.

Eu estava até com um pouco de vergonha.

Não expressei meus pensamentos para meus amigos, eles não me entenderiam. Provavelmente me achariam um completo idiota.

Então resolvi fazer o que eu sempre fazia com os meus problemas pessoais, ignorar e deixar para lá. Até porque com certeza Draco não estaria se sentindo da mesma forma que eu, já que ele não tinha nem um pingo de vergonha naquela cara bonita. O melhor a fazer era esperar para ver no que ia dar.

Um passo de cada vez.

***

No outro dia quando cheguei no trabalho tudo estava um caos. Havíamos recebido outra denúncia, com o mesmo intuito da primeira, nos alertar.

Também havia sido feita anonimamente e mesmo que tentássemos rastrear quem a mandou não conseguimos achar nenhuma pista. Mas dessa vez decidimos que não iríamos simplesmente arquivar o caso, precisávamos analisar o porque daquilo tudo.

- Não tem jeito, vamos ter que procurar as famílias que tiveram alguma ligação com as trevas no passado e investigar como elas estão. - um colega meu, Tom, sugeriu. - Só fazer uma visita e conversar um pouco. Sem alarde. Eu também acho que essas denúncias não são nada com que a gente precise se preocupar mas não custa nada dar só uma olhadinha no que eles andam fazendo.

A maioria de nós concordou. Uma visita não faria mal a ninguém, não é mesmo?

- Vou fazer uma lista e depois a repasso para vocês. Podem deixar comigo. - Tom tomou a frente do caso e nos dispensou da reunião.

Das duas uma. Ou alguém estava realmente preocupado e com medo de que o mal voltasse ou queria apenas tirar uma com a nossa cara. Ou pior ainda, nos distrair de algo maior.

Deixei aquela pulga atrás da orelha para trás e me concentrei nas tarefas que precisava fazer durante aquele dia. Mas foi difícil. Minha cabeça voava para longe. Para um outro lugar. Para outra pessoa.

A La PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora