— Dê-me esse biscoito de cachorro agora, Andy! Não seja malvada!
— Onde está a Giovanna?
— Em férias. Sou irmã dela. Já expliquei, não é? Somos gêmeas. — Anahi tentou agarrar Andy, mas ele corria pela sala, em volta do sofá, e incitava as outras três crianças a imitá-lo.
Horrorizada, ela se encostou à parede e tentou pensar em alguma coisa que pudesse fazer, qualquer coisa para controlar a situação de emergência. Nesse momento, a porta da frente se abriu e Carly entrou. A menina jogou a mochila sobre uma poltrona e olhou diretamente para Anahi, que percebeu-se enfim descoberta. Dois dias! Giovanna subestimara a inteligência da filha.
Sem dizer nada, ela caminhou até a porta da cozinha e gritou:
— Quem quer chocolate?
— Eu, eu, eu! — As quatro crianças de cinco anos responderam.
— Fila na porta da cozinha.
Anahi não podia acreditar no que via. Os monstrinhos estavam atendendo a uma voz de comando!
Carly exigiu que eles se sentassem à mesa para comer a guloseima.
— Pegue o suco! — ela gritou para Anahi.
Rápida, Anahi encontrou suco de maça e quatro copos plásticos. Enquanto isso, Carly abria uma gaveta para pegar lápis coloridos e folhas de papel em branco.
— Quem quer desenhar monstros?
— Eu!
Todos se dedicaram à tarefa. Houve um instante de paz enquanto os pequenos mastigavam, bebiam suco e criavam horrendas criaturas coloridas.
— Muito bem, tia Anahi, o que está havendo aqui? Onde está minha mãe?
— Ah... Obrigada pelo socorro. O que vamos fazer... Depois? — ela apontou para a mesa.
— Preparar a comida. Depois desse lanchinho, ela costuma mandá-los para o quintal. Eles se divertem no jardim, e os pais vêm buscá-los às cinco e meia. A rotina é mais ou menos essa.
— Certo. Tenho aqui todas as coisas que ela pôs na lista. O macarrão virou pasta. Acho que vamos ter de recomeçar do zero.
— Minha mãe fez uma lista para você? Ela ainda está no SPA, ou fugiu para ir se alistar na marinha?
Enquanto falava, Carly ia pegando uma panela e um pacote de macarrão.
— Ela está no meu escritório. — Anahi encheu uma xícara com café forte. Estava precisando! — Fizemos uma aposta sobre quanto tempo você levaria para reconhecer-me. Devia prestar mais atenção às coisas que a cercam, meu bem.
— Quem ganhou a aposta?
— Eu. Menos de uma semana.
— É bom que esteja aqui, tia. As coisas andam meio... Estranhas.
— Já percebi. Planejei tudo isso para poder descansar, mas estou descobrindo que sua mãe precisa desse repouso mais do que eu.
— Tem razão.
Anahi pôs a água para ferver e aproximou-se da sobrinha para abraçá-la.
— Senti saudade, meu bem.
— Eu também, tia Any.
— E então, meu bem, como vai indo na escola? — ela perguntou, despejando o macarrão na água fervente.
— Bem, apesar de ser o último ano. É o pior!
— E a arte?
— É a única coisa que me mantém sã. Fiquei em segundo lugar na exposição de primavera. Como vai a vida na cidade grande?
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Em seu Lugar
RomanceA gêmea certa ou a gêmea errada? Anahi e Giovanna são gêmeas idênticas que têm estilos de vida totalmente opostos. Para quebrar a rotina, elas resolvem trocar de lugar uma com a outra. Durante uma semana, Anahi esquece seus compromissos de executiv...