Capítulo 6

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Teo e Fran eram maravilhosos. O lugar era encantador. E Alfonso era muito gentil. E se não estivesse mentindo para pessoas tão fa­bulosas, talvez pudesse encontrar ali o relaxamento que procurava.

Anahi fechou os olhos. Seria bom acordar e descobrir-se em um belo escritório com um balancete para analisar. Bem, nem tudo estava perdido. Alfonso ainda podia se revelar um cafajeste vaidoso e obcecado por sexo, não o sujeito interessante e talentoso com impressionante bom gosto.



Gloria Kissinger não tinha nenhum relacionamento com Henry, o que certamente aumentaria suas chances com a família Hawks e ajudaria seu relacionamento com Jackson. A humilhação que sentira por conta de seu desinteresse por ela no dia seguinte àquela noite perfeita fora insuportável, mas ainda se sentia impelida a corrigir a impressão que deixara. Ele ainda não havia percebido como podia ser uma boa parceira. Ou como era melhor profissional do que Anahi. Havia praticamente nascido para a função!

Perder as duas posições para Anahi era mais do que ela podia suportar. Seu único consolo era saber que Jackson acabava sempre perdendo o interesse pelas mulheres com quem saía. Mais uma semana, e ele a esqueceria como esquecera todas as outras.

Dedicava muito tempo e total atenção à constante vigilância da rival, e quase programara uma festa para celebrar seu esgotamento quando, diante de todos, ela atacara a máquina de café no refeitó­rio. Mas agora Anahi retornara diferente. Fisicamente e na atitude, também. Ela parecia mais suave, mais doce, e suas curvas eram mais acentuadas. Seria ela a única com um cérebro por ali? Aquela não era Anahi! Apenas parecia ser.

Menos de uma hora de pesquisa havia sido suficiente para con­firmar a existência de uma irmã gêmea, e mais alguns minutos no Google a levara ao encontro da infância de artistas famosas.

Não sabia o que estava acontecendo, mas continuaria observan­do em silêncio. E descobriria, entre outras coisas, por que o escri­tório de Anahi havia sido invadido por flores naquela manhã. O que ela fizera para merecer tanto?

O escritório estava cheio de flores!



— Aparentemente, o jantar foi um sucesso. — Ollie comentou sorrindo.

— Mais ou menos. Ele é muito arrogante. — Giovanna respon­deu, parada diante da mesa do assistente como se estivesse na sala do diretor da escola.

— E é o vice-presidente. Não se esqueça disso. Queremos que sua irmã volte a ocupar sua atual posição, em vez de ser transferida para a sala de correspondência. Agora trate de se acomodar. Temos alguns assuntos a resolver. Já foi buscar seu chá?

— Ainda não, senhor.

— Tomei a liberdade de mandar buscar uma garrafa térmica com água quente e uma seleção de sachês de chá. Estão na sua sala.

— Muito obrigada, Ollie.

— Por nada. Quanto menos for ao refeitório, melhor.

— E eu pensando que o gesto era de simples bondade...

— E é. Será mais bondosa com sua irmã se passar o maior tempo possível dentro da sala.

Giovanna fez uma careta, mas sabia que Oliver estava certo. Havia nela algo de diferente que a distinguia da irmã. Caso en­contrasse um observador mais atento, ele notaria. As roupas ti­nham um caimento diferente, a maquiagem era mais suave, a ati­tude era menos "fatal", e um olhar mais atencioso captaria esses detalhes, como acontecera com Oliver. Felizmente, Anahi acertara ao dizer que olhos atentos era a minoria na Pitman. Até então, conseguira passar praticamente despercebida.

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