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S/n

Todos estavam falando ao mesmo tempo, isso estava me causando dor de cabeça. Mas eu não estou na minha casa, então não tenho o direito de reclamar.
Médico: S/n?- olho para o mesmo que adentrava o quarto, isso gerou um silêncio absoluto no local- Isso estava no carro em que você estava antes de vir para o hospital- ele me estende um envelope- Acho que você gostaria de ficar com isto.- ele se vira em direção as outras pessoas ali presentes- O horário de visita está acabando, decidam-se quem irá ficar aqui com ela.- após terminar sua fala, o doutor se retira do ambiente.
Abro o envelope e leio o que estava escrito, em seguida, algumas lembranças invadem minha mente.

Flashback on

O Thomas saiu do consultório em choque, ele estava com câncer novamente. Em seus olhos não dava para perceber nem um pingo de esperança. Nós entramos no elevador e eu olhei para o mesmo.
S/n: Não acho que você está em condições de dirigir.
Thomas: E eu acho que não pedi sua opinião.- esse não é o Thomas que eu havia conhecido à algumas semanas- Desculpa, não estou em um bom momento.
S/n: Não fique assim, tudo ficará bem no final.- me aproximo dele e o abraço, mas meu gesto não foi retribuído.
Thomas: Vamos logo- ele se desfaz do meu abraço, após as portas da caixa de metal se abrirem.
Apesar de não concordar com o Thom ir dirigindo, ele não iria aceitar chamar um Uber e eu não poderia deixá-lo sozinho nesse momento difícil. Nós entramos no veículo e ele liga o rádio, deixando a música que estava tocando em um som ambiente.

"If I die young bury me in satin
Lay me down on a bed of roses
Sink me in the river at dawn
Send me away with the words of a love song"

S/n: Posso trocar de música? Essa é muito triste.
Thomas: Não encoste no rádio.
Encostei minha cabeça na janela e fiquei olhando o garoto ao meu lado, ele começou a chorar com a música e eu comecei a me desesperar, eu não sabia como ajudá-lo.
Estávamos quase chegando na minha casa, quando percebi que as lágrimas dele haviam tampado seus olhos e ele estava no mundo da lua.
Olhei para todos os lados e vejo alguns carros na rua.
S/n: Thomas, cuidado com os carr...- foi a última coisa que falei antes de desmaiar.

Flashback off

Começo a chorar sem nem perceber, o Jaden que estava ao meu lado me olhou preocupado.
Jaden: S/a, o que foi? Está com dor? Quer que eu chame o médico?
Não respondi as perguntas, apenas apertei o botão ao meu lado esquerdo com o intuito de chamar alguém do hospital.
Enfermeira: Precisa de alguma coisa senhorita?- assenti e ela se aproxima.
S/n: Onde está o Thomas? Ele está bem? Eu preciso vê-lo.
Jaden: Ótimo, ela se lembra dele e não se lembra de mim.- ele bufa.
S/n: Então, que quarto ele está?
Enfermeira: Ele não está em nenhum quarto.
S/n: Ele está em outro hospital? - ele negou com a cabeça- Então, onde ele está?
Jaden: No necrotério desse hospital. Ele faleceu.
Minhas lágrimas corriam mais rápido ainda pelo meu rosto, eu estava me sentindo mal, pois não consegui ajudá-lo. A enfermeira saiu do quarto e um tal de Noah veio me abraçar.
Noah: Calma, vai ficar tudo bem. Ele vai virar uma estrelinha no céu que sempre irá brilhar quando você olhar para ela.- ele me abraça mais forte- Nós estamos aqui com você.
Jaden: Dá licença Noah- o garoto de cabelo castanho se retira do meu lado e o outro ocupa o lugar do mesmo.- Me desculpa pela maneira que falei com você.- ele passa seu polegar em meu rosto para secar minhas lágrimas.
S/n: Você foi muito rude, ele precisava de mim. O Thomas estava com câncer.- ele me olhou em choque.
Jaden: Eu sinto muito.
S/n: Eu não tenho culpa que só me recordo do último instante antes do acidente. Para falar a verdade, não lembro nem o que ele era meu ou muito menos como o conheci, mas lembro perfeitamente do sentimento de que precisava ajudá-lo.
Jaden: Eu sinto muito pela sua perda.- ele fala e me dá um beijo na testa- Eu posso ficar aqui para cuidar de você?- assenti.

Messages: a crazy interaction - Jaden &YouOnde histórias criam vida. Descubra agora