Capítulo XX: Altar.

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Um dia antes do confronto de Gilmar contra os arcabuzeiros de pedra enquanto o mesmo já estava mata adentro, chegou ao templo de Kuria mais um drone desta vez trazendo um Console de videogame e alguns jogos. Coincidência ou não um dos jogos era o simulador de batalhas que Gilmar gostava de jogar em casa ao final do dia.

-Fascinante, fascinante estes humanos deste mundo, então era assim que eles lutavam ou lutam ao longo de sua história? Exclamou um Kurios fascinado.

-Não tinha visto algo do tipo irmão? Há é claro pergunta idiota a minha.

-Você parece familiarizada com isso irmã.

-Sim quando fui para este outro mundo pela primeira vez passei por um lugar no primeiro país que visitei chamado Japão e lá tinha um local tão grande quanto um templo ou mesmo um castelo cheio destas máquinas onde as pessoas pagavam para ficar jogando, era cheio de luz e cores, lugar incrível.

-Os humanos devem amar isso muito.......

-Irmão li que quem fabrica acaba ficando muito rico tal como um nobre do nosso mundo.

-Falando nisso estava vendo aqui um tipo de soldado neste jogo a arma parece um pouco com as que os homens daqui estão começando a utilizar, mas tem uma faca, adaga e eles utilizam como lança, estranho e fascinante.....

-Isso se chama baioneta irmão, nosso mundo ainda não tem este tipo de tecnologia, não que eu saiba ou tem diferente.

-Que acaba de me dar uma idéia...........

Voltando para o momento em que Gilmar estava enfrentando os Golens no seu "treinamento"....

Os tiros tinham cessado e aqueles bonecos pegaram seus arcabuz colocaram baionetas e apontaram na direção de Gilmar. Como se ouvisse um comando invisível vieram correndo, mas no mesmo ritmo na direção do jovem português.

"E lá vamos nós" ele pensou e começou a disparar, porém a arma resolveu emperrar e quando se deu conta que não tinha como reparar o "inimigo" estava muito próximo, só restava entrar no jogo e trocar golpes de baioneta, "será que Kurios estava brincando e resolveu emperrar meu fuzil?" pensou.

O que aconteceu em seguida foram golpes de coronha, estocadas secas nos corpos de barro e pedra dos golens, seguindo de uma seqüência de levantar, abaixar, girar para se defender e desviar dos golpes intercalados com disparos da Colt 1911.

Aqueles breves minutos pareciam horas de tão intensos, mas a batalha finalmente acabou. Ainda era o 3º dia, Gilmar poderia descansar, mas estava com tanta adrenalina que resolveu caminhar e assim fez até pouco antes do entardecer onde encontrou um córrego do qual poderia se abastecer de água para higiene e cozinhar, foi um dia longo.

O sentimento de vitória após transformar os bonecos em uma pilha de entulho fazia o sono do cansaço custar a vir mas o silêncio da mata, o breu quase total se não fosse a luz do luar entre as folhas e hora ou outra o som das aeronaves da força aérea imperial que faziam missões de patrulha e treinamento (se ouvia até disparos de metralhadora ou de mísseis mas a forma como ocorria indicava que era treinamento ou para afastar algum dragão desavisado), tudo isso ajudava o rapaz a dormir, ele estava em terreno ermo e estranho mas o som da turbina de um super tucano fazia ele se sentir em casa e protegido.

Enquanto isso os deuses avaliavam o desempenho lá no confortável templo de Kuria Epcha.

Assim eles observavam:

-Incrível ele avançou rápido... Nada mal para um humano.....

-Descobri que ele tentou ser um soldado de elite, irá encontrar o altar antes que possa imaginar.

Estas São as Crônicas BrazilianasOnde histórias criam vida. Descubra agora