Acordei no sofá, com os primeiros raios de Sol entrando pela porta. Eram umas 6h da manhã, mas eu logo soube que não conseguiria mais dormir. Meu livro estava caído no chão, as páginas amassadas e logo percebi que adormecera no final do capítulo oito. Peguei o meu celular e vi que estava sem bateria. Me espreguiçando, resolvi que era um bom horário para uma corrida.
Coloquei o celular para carregar na cozinha, subi para o segundo andar e calcei meus tênis. Logo que saí pelas portas de correr, o vento frio encontrou meus braços, então pulei um pouco para me aquecer. Meus pés pisaram nas folhas secas caídas no chão, fazendo aquele barulho que eu adorava. O Sol ainda não estava quente, mas não havia nuvem no céu e ele brilhava sobre o lago, transmitindo paz. Geralmente, eu corria mais tarde, lá pelas 10h, depois de um café da manhã reforçado. Era minha refeição favorita. Mas hoje eu tinha muita energia para gastar. Não aguentaria ficar naquela casa, sozinho, esperando uma resposta de Amanda. Eu precisava encher meu dia se quisesse continuar com isso. A espera da noite anterior acabou comigo.
Corri pela orla esquerda do lago, desviando das árvores e parando apenas para me alongar. Quando voltei, o Sol já queimava meu rosto e eu fui direto para o banho, resistindo à tentação de dar uma olhadinha no celular. Depois, escolhi uma calça e uma camiseta, decidido a sair custe o que custar. Não ficaria em casa como um adolescente encarando a tela de um celular. Finalmente, desci a escada e encarei a tela. Nenhuma notificação. Decepcionado, fui até o armário e peguei o pó de café. Eu estava colocando o café na cafeteira, quando ouvi o celular vibrando.
Vai ser muito idiota se você sair correndo para olhar. Se controle, Marco, pensei, continuando o trabalho de encher a cafeteira. Teimando comigo mesmo, esperei todo o tempo necessário para o café passar, sem me aproximar do celular. Se não for ela, vai ser uma decepção menos amarga se, ao menos, eu já tiver minha xícara quentinha de café.
Quando a minha xícara já estava cheia, me apoiei na bancada da cozinha e apertei o botão lateral. Era Amanda. Imediatamente, um sorriso bobo tomou meu rosto e eu fui obrigado a ralhar comigo mesmo. Calma, Marco.
"Hoje estou lendo esse. Já leu?" e tinha uma imagem. Desbloqueei a tela para ver uma foto que era tudo o que eu queria. As pernas de Amanda, brancas contra a grama verde, o vestido com minúsculas flores vermelhas tinha escorregado até o início das coxas e, no meio delas, estava um livro, um suspense que, claro, eu já tinha lido.
Me sentindo tolo, respirei aliviado. Ela retribuíra com uma outra foto. E essa era melhor que a foto da banheira, já que agora ela estava nessa foto... Não era bem um nude, não chegava nem a ser uma foto sensual. Era provocante para mim, é claro, mas ela significava uma coisa mais importante, significava esperança. Amanda estava me dando papo
Pensando no que responder, peguei minha xícara de café, meu livro e me sentei no sofá, ligando a TV no canal de notícias. Não preciso sair de casa, pensei. Não preciso sair para me distrair com qualquer coisa enquanto espero uma resposta, porque está tudo bem. Amanda me respondeu.
Eu não fazia ideia do que responder de volta. Mas decidi que pensaria nisso depois.
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Amanda, doce obsessão | Degustação
RomanceHá anos, Amanda sonha com o enigmático professor Marco, mas nem imagina que sua atração é correspondida. Prestes a se formar na faculdade, ela já sente saudade das aulas em que mal conseguia prestar atenção, mas é surpreendida quando Marco faz um co...