do templo às memórias

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Ao chegarem no local, depois de um longo percurso, foram atendidos por um dos monges. Adrien mostrou a caixa escondida numa bolsa térmica, sorrateiramente, fazendo com que o homem concedesse a entrada dele e de Marinette.

— Por que a Alya e o Nino não vieram? — questionou o loiro, passando os olhos pelo local de arquitetura antiga e curiosa.

— A Alya tá gravando meio que um vlog da viagem pro canal dela. Então, ela e o Nino devem estar aproveitando os pontos turísticos.

— Que pena que a gente não pode fazer o mesmo — lamentou, voltando o olhar para a esposa.

— Temos coisas importantes a tratar — falou, olhando para a porta da sala em que um dos monges o esperavam.

Adrien assentiu para ela, determinado. Começaram a caminhar até lá e foram atendidos pelo mesmo guardião o qual tentou tomar a caixa da mestiça há uns anos atrás. Ele havia passado um tempo em Paris, mas, depois de ter certeza que poderia confiar na maestria da mestiça como guardiã da caixa, pôde retornar ao templo e cuidar das pautas por lá.

— Realmente, faz muito tempo, desde que me despedi de vocês — falou, o guardião, enquanto caminhavam pelo enorme salão velho e cheio de livros.

— Seis anos... — disse, a mestiça. — Muita coisa aconteceu de lá até aqui.

— Sim... Durante estes anos, nós modernizamos muito o nosso templo. Neste andar, tudo parece estar como antes. Entretanto, o subsolo guarda muitos segredos e ferramentas de segurança que tratam de deixar tudo mais seguro. As caixas restantes estão bastante protegidas. Algumas já retornaram aos seus devidos lugares, mas ainda há outras espalhadas pelo mundo.

— Isso quer dizer que eu terei que devolver a caixa-mãe ao templo, não é? — indagou, Marinette.

— Assim que as coisas estiverem certas em Paris, sim. Vocês não haviam me falado sobre uma premonição de que haveria um Hawk Moth no futuro?

— Sim... Era a previsão que tínhamos, já que a Bunnix havia nos contado sobre vilões futuros. Acreditamos que não seja o Gabriel, mas também não temos ideia de quem poderia ser.

— Além de que achamos que a gente pode ter criado uma nova realidade — continuou, Adrien. — Dividimos a linha temporal... E as coisas que aconteceriam na linha original não existe na nossa, mas devem estar acontecendo em uma realidade paralela.

— Isso é pura ficção... Mas até que faz sentido — disse, Marinette, roendo os corinhos mortos dos dedos.

— Mas eu nunca ouvi sobre realidades alternativas — falou, o guardião. 

— Eu também não, mas é só uma teoria nossa...

— Isso já aconteceu — disse, a mestiça, receosa. Os dois a olharam. Ela expirou o ar dos pulmões, antes de continuar. — Houve um dia em que a Bunnix apareceu do futuro, falando que havia acontecido uma catástrofe, ocasionada por um pequeno erro meu. Eu tive que corrigir aquilo, porque a culpa foi minha.

— Corrigir, o quê? — questionou Adrien, confuso.

— Você foi akumatizado e exterminou todos... — respondeu, sem encará-lo. — Tudo porque eu fui imprudente — disse com a voz embargada, voltando o olhar para o loiro.

Ele percebeu os olhos marejados dela e se sentiu muito mal. Não lembrava disso, mas também não teria como. Aquela realidade não existia mais.

— O que você fez, exatamente? — perguntou, o guardião.

— Ele descobriu a minha identidade, quando eu fui na casa dele, como Ladybug. Agora, eu sei que você descobriu porque me viu como Adrien. Só que, antes, eu achava que você tinha contado pra todo mundo, até chegar no Chat Noir.

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