da entrevista à preocupação

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Como na época em que era adolescente, Marinette acordou atrasada para a entrevista. O horário estava marcado para meia noite no horário de Nova Iorque, o que equivalia a 5:00 da manhã em Paris.

No dia anterior, estava tão ansiosa que mal conseguia dormir. Adrien tentou acalmá-la, promovendo-a uma massagem nos ombros e nas costas. Ela conseguiu se sentir menos tensa e dormiu como uma pedra. Por isso, só ouviu o despertador no terceiro toque e teve que correr para estar decente para o programa.

Vestiu um sobretudo vinho sobre o pijama e escovou os cabelos — agora, longos —, amarrando-os em um rabo de cavalo médio. Fez uma maquiagem rápida, com direito a delineador e batom vermelho escuro. Não queria causar uma má impressão a eles. Apesar disso, usaria a desculpa do fuso horário para justificar o seu estado.

Pegou o notebook no quarto, tomando cuidado para não acordar Adrien, e foi para a sala de jantar. Sentou na outra ponta da mesa, tendo a visão da maior parte do apartamento à sua frente. Podia ver o corredor que dava para o quarto, o banheiro e o quartinho de limpeza; a sala e a entrada. A cozinha estava atrás de si. Já havia acrescentado seus dotes à decoração, depois de uma semana morando ali.

Entrou no link enviado pela equipe do programa e se ajeitou uma última vez, colocando os AirPods, antes de solicitar a sua entrada. Confirmaram, dando a ela a visão completa do programa em sua tela. Ainda não haviam a anunciado e ela se sentiu aliviada por isso. Acompanhou a entrevista deles, até ter a deixa de que entraria. Sorriu, ao ouvir seu nome, junto a aplausos do público.

Bonjour, Marinette! Acredito que aí já esteja de manhã — disse Frank, o apresentador. Obviamente, ele esta falando em inglês.

— Sim, sim! São exatamente cinco e vinte, agora. — Riu de nervoso.

— Pedimos perdão por ter te feito levantar cedo.

— O que é isso? É uma honra estar no seu programa.

— Nós que estamos honrados com a sua presença. A ilustríssima Marinette Dupain-Cheng! — Ela sorriu, com o elogio. — Conta pra gente: Você já tem algum novo projeto que pode anunciar?

— Eu... sou uma pessoa cheia de ideias. Desde adolescente, eu anoto tudo o que eu penso em produzir. Inclusive, essa primeira coleção é algo que eu criei na época da faculdade, em homenagem ao Chat Noir e à Ladybug.

— Era exatamente isso que eu iria perguntar agora. Então, realmente, você se inspirou nos lendários heróis de Paris, para produzir as suas peças?

— Sim! Eu queria que, de alguma forma, todos pudessem se sentir heróis no dia a dia. As cores, os tecidos... Tudo foi planejado, minuciosamente, pensando neles. E eu penso que, quando alguém vestir a peça, a pessoa se sinta um herói, uma heroína, porque é isso que nós todos somos no final. Nem que seja com pequenos atos do dia-a-dia.

— Quase todos- Nós todos sabemos, pois é algo público, que você está em um relacionamento com o filho do ex-vilão da cidade. Como é isso? Vocês visitam o Gabriel?

Marinette ficou séria. Ela não queria ter que expor sua vida pessoal, mas, como a pessoa educada e meiga que sempre foi, respondeu:

— O Adrien visita o pai dele todos os meses, desde que liberaram. Mas não se preocupem. Tudo é feito na maior vigilância, no maior cuidado.

— Entendemos... — Houve um silêncio constrangedor, antes dele perguntar: — E o spoiler das peças novas? Você pode dar?

Adrien apareceu no corredor, coçando os olhos de sono. A mestiça sorriu, olhando para ele, antes de voltar o foco para a chamada.

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