ENTRE MUNDOS

08 - Nova Rotina

E aí pessoal? Mais uma atualização para vocês!

Que os jogos comecem. Aproveitem 😁

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Acompanhava os passos lentos da rainha, estávamos do lado de fora do castelo, pelo jardim, por escolha da mesma. Eu não fazia ideia para onde ela estava me guiando, apenas a seguia sem questionamentos. Estava ao seu lado, como nunca antes estive, deixando-a apenas ficar a dois passos a minha frente, pois era um sinal de respeito ao nome que ela carregava, e ao seu posto, que era o maior de todos.

Sentia-me temerosa, era imprescindível não haver um receio em estar com ela. Sabia de toda sua reputação de mulher dura e imponente, que não mostrava resquícios de piedade quando se tratava de seus inimigos. Eu desejava qualquer coisa na vida, menos que ela me visse como desobediente ou insolente como se não lhe mostrasse o devido respeito, por mais que fosse exatamente aquilo que eu estivesse fazendo mesmo sem ser a intenção.

Preparando-me para induzir uma conversa com ela, sem ao menos ter sido solicitada, pigarreei para chamar-lhe atenção. Já não aguentava mais aquele silêncio, aquele suspense todo que estava me fazendo tremer por dentro.

— Rainha... me perdoe por qualquer transtorno que eu possa ter lhe causado. – assim que me pronunciei, ela parou de andar no mesmo instante e virou-se de frente para mim, ainda em silêncio, apenas me observando de cima abaixo, pois eu deveria estar em um estado deplorável. Completamente encharcada e com os cabelos desgrenhados. – se houver alguma forma para que eu possa me redimir com a senhora, eu o farei.

— Em toda minha vida, eu nunca vi alguém fazer o que a senhorita fez hoje. Foi uma ação totalmente incrível, porém absurda aos meus olhos. É como se houvesse ressuscitado o menino...

— Não foi nada disso, senhora. Apenas fiz com que a água saísse de dentro do garoto, para ele poder respirar e assim retomar a consciência. Ele não estava morto, foi apenas um susto. – falei tentando esboçar naturalidade em minhas palavras. Sabia muito bem que aquilo era surreal para ela.

— Desafiou as águas, as enfrentou com uma aptidão invejável, como se aquele fosse o seu habitat natural, e ainda, trazendo consigo outra pessoa. Onde aprendeu tais habilidades? – questionou-me curiosa.

— A vida me ensinou muitas coisas, senhora.

— De onde vem? Definitivamente não é de Iffihen. – citou demonstrando total convicção.

— Vilarejo de Abbadie.

— Não insulte minha inteligência, serva. Sabemos muito bem que em Abbadie não há pessoas com tais conhecimentos.

— Falo a verdade, alteza. Em caso de dúvidas, sinta-se a vontade para investigar sobre minha vida. – lhe dei um meio sorriso, estava nervosa, porém tentando lhe passar uma segurança sobre minhas palavras.

— Está me desafiando, serva? – aproximou-se um pouco e me encarou profundamente. Aquilo estava me deixando desestabilizada. Sinceramente, eu só queria correr dali e fugir de suas perguntas amedrontadoras.

— Tenha certeza que não, minha rainha. Só quero que saiba que sou satisfeita em lhe servir, mas se a senhora decidir por me exilar de seu castelo devido aos meus erros para com sua pessoa, sairei de cabeça erguida e orgulhosa por ter sido sua serva. – novamente, curvei-me demonstrando todo respeito a ela. Porém, pedindo internamente que ela me deixasse ficar, pois eu precisava daquele trabalho como de ar para para respirar.

— A senhorita será minha serva pessoal.

Levantei a cabeça um tanto atônita com aquela informação. Aquela mulher estava doida?