05 - Rainha de Azohá

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Entre Mundos está de volta com suas atualizações, espero que gostem do enredo, pois estou me dedicando bastante para que fique uma estória cativante.

Boa leitura, e bem vindos de volta!


Karla Aelina II:

Adentrei os meus aposentos com os ânimos um tanto exaltados, o acontecimento de mais cedo havia me deixado um pouco fora de mim. Dinah, a conselheira real, entrou em meu quarto ao meu encalço pedindo por minha paciência, algo que já havia se esvaído a eras.

— Não sei como fui capaz de ser tão contingente em perdoar a afronta daquela insolente! – falei pondo minha coroa em cima da cômoda de madeira que ficava ao lado de minha cama.

— Não seja tão dura consigo mesmo, rainha. Aquela pobre coitada apenas ficou impressionada com a presença da majestade. – minha conselheira falou afim de que eu contesse minha ira.

— Ela não pode se dar ao luxo de ficar impressionada a minha presença! Em todos esses anos, desde quando ainda era uma princesa, ninguém nunca se recusou curvar-se diante a mim, nem os meus piores inimigos! – sentei em minha cama tentando controlar meus nervos exaltados.

— Mas ela se curvou diante a majestade...

— Porque eu ordenei! – literalmente gritei para que Dinah entendesse de uma vez por todas que aquele não foi só um erro grave, foi um crime contra a rainha, um crime que até aquele momento eu não entendia o porquê de não ter punido da maneira correta.

Ouvi o suspirar de Dinah ao meu lado, como se ela quisesse me passar que estava exausta do meu ataque de histeria.

— Eu sei que para você não é fácil ter que lidar com esse tipo de situação, Karla. Mas já passou, você a perdoou a público, não há mais o que fazer. – quando ela deixava de lado as formalidade de praxe e respeito, e me chamava pelo nome, eu sabia que ela havia largado seu posto de conselheira e estava ali como minha amiga. - sei também que não está nesse estado somente por aquela situação com aquela mulher, e sim pelo o futuro de Azohá.

Ela me conhecia tão bem quanto ninguém. Eu não estava bem há tempos. Desde a morte de meu amado marido que tudo havia desandado, era como se com a partida dele, toda minha sorte tivesse ido embora também. Eu me martirizava, me culpava por tudo que havia acontecido.

A perca de minha filha foi o último gatilho para eu me perder na nebulosidade da escuridão. Minha vida desmoronava e eu nada podia fazer, e nem tampouco queria. Definitivamente eu merecia.

Malle Aelina III, era como eu a chamaria, mas antes que eu pudesse o fazer ela foi arrancada de mim. Com a morte de minha filha, toda esperança de dar continuidade a linha de sucessão foi exterminada. Havia sobrado apenas a mim, uma mulher de 33 anos, amargurada e que logo ficará velha ou então, morrerá, assim deixando meu posto de rainha.

Após minha morte, minha filha seria a rainha de Azohá, tendo assim um reinado como o meu e de nossos antepassados, mas como a linhagem real já era inexistente, minha odiada prima, Celina, que há algum tempo atrás havia se tornado esposa de Abed, irmão do rei Nizzan do reino de Lamút, se tornará rainha de Azohá, e assim contra meu desejo, unirá Azohá a Lamút, o que levará meu reino a ruína, assim como meu povo.

— O que posso fazer, Dinah? Não tenho mais nenhuma saída... – suspirei amargurada.

— Você já fez tudo o que pôde, minha amiga... Deus tem planos para nossas vidas, principalmente para a sua, que governa como ninguém nunca governou Azohá.

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