09 - Incógnitas

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E aí, pessoal? Espero que estejam bem!

Dessa vez conheceremos melhor o que se passa pela mente da rainha. Espero que estejam entendendo bem toda a estória, e sem pressa, as coisas irão acontecer no seu devido tempo!

Boa leitura!

Karla Aelina II:

Meus instintos estavam a flor da pele desde os dias anteriores. Eu sentia que havia algo errado, aquela mulher não é quem diz ser. Era estranho todas as suas maneiras, até a forma de respirar deixava-me em alerta.

Eu estava ali, corriqueiramente pronta para o meu banho espiritual como todos outros dias, mas naquele momento, com uma mulher de pele extremamente branca fitando o chão em completo desconcerto. Era extremamente óbvio que ela não queria olhar para meu corpo desnudo, e sinceramente, não fazia ideia do porquê ela havia agido de tal forma, se sentir aparentemente tão constrangida.

Não fui capaz de proferir nenhuma palavra, apenas caminhei em direção ao banheiro, e a serva prontamente fez o mesmo, que parecia mais estar agindo de maneira automática. Após fazer um coque mal feito em meus cabelos, estendi a mão para ela, que me deu suporte para adentrar lentamente a minha banheira. Ao senti a água fria em contato com minha pele, o arrepio que percorreu meu corpo foi completamente inevitável, trazendo-me a satisfação esperada de sempre.

Era o meu banho repleto de ingredientes para atrair a prosperidade, necessitava de tal coisa, pois tinha uma longa jornada dali para frente. Precisava visitar todos os vilarejos de meu reino, para averiguar em quais condições o meu povo vivia. Tinha ciência de que era de mim que eles precisavam, e eu era destinada a viver por aquilo, por eles.

Não via a hora de dar início aos aprendizados sobre como desvendar as águas, como sobreviver estando imersa, coisa que os pescadores precisariam, e eu também faria questão de ter conhecimento, ao que aquela serva poderia proporcionar. A decisão de elevá-la ao posto de minha serva pessoal, de mantê-la tão perto, não foi algo precipitado, na verdade, havia sido muito bem pensado. Já havia vivido anos suficientes para saber lidar com todos os tipos de situações e pessoas.

Aos meus olhos, ela era um verdadeiro mistério. Não me entrava na cabeça tudo que ela havia feito. Realmente era absurdo e inacreditável, não acreditaria se eu não tivesse visto com os meus próprios olhos.

Era inevitável que ter um ar de mistério podia deixar as outras pessoas curiosas e com o desejo de conhecer mais a seu respeito, e eu não era absorvida de tal curiosidade. Já havia feito uma análise completa, principalmente o modo que ela falava, e diga-se de passagem, parecia falar pouco e ouvir mais, propositalmente. Além disso, era nítida a sua autoconfiança, parecia se orgulhar da singularidade de sua aparente autoestima, e era óbvio a pouca disponibilidade para os outros.

O ar de confiança silenciosa era algo intrigante a mim, e contribuía muito com a sua imagem de misteriosa. Sempre mantinha uma boa postura e deixava a cabeça bem erguida, para deixar claro a sua atitude confiante, assim como estava naquele momento. Era nítido seu desconforto, porém ainda sim, tentava mostrar-se segura de si.

Uma atitude louvável. Chegava a ser admirável toda sua postura, por mais que deixasse resquícios de suas verdadeiras vontades, que era não estar ali, o que passaria despercebido aos olhos de quaisquer outra pessoa. Porém, se tratava de mim, Karla Aelina.

Meu sexto sentido era uma de minhas armas mais poderosas. Eu sabia há metros de distância quando alguém não era sincero comigo, quase sempre de maneira certeira.

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