Capítulo 22

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DAVID

   Max saiu de casa meio preocupado hoje, notei um certo nervosismo em seu rosto e mesmo eu perguntando ele disse que estava tudo bem, que era ansiedade por causa do casamento. Ele seguiu para o estúdio e eu fiquei em casa. Mais tarde eu iria fazer alguns pagamentos de coisas para o casamento. Passei a manhã com Luz no meu pé, ela também estava muito chorosa hoje e não queria sair do meu colo.

   — Amorzinho, papai precisa sair o que você tem? Acho que vou ligar pro meu pai, será que tá ficando doente?

   — David eu também não sei porque ela está assim. - Laura disse também com um olhar de preocupação. - Vai sair agora?

   — De jeito nenhum! Com ela assim acho melhor ficar aqui. Ela não me larga desde a hora que ela acordou. Max escutou ela chorando e trouxe ela pro nosso quarto bem cedinho, e ela se agarrou a mim, sem querer me soltar. Coisa louca. Ia sair agora pela manhã mas resolvi esperar ela dormir depois do almoço.

   Passei a manhã toda sentado no sofá e ela deitada no meu colo. Quando eu ia na cozinha ela vinha correndo até me alcançar segurando em minhas pernas. Voltava pro sofá e quando precisava sair acontecia a mesma coisa. Laura nos disse que o almoço estava pronto e eu avisei a ela que Max estava chegando.

   Sentei com Luz para lhe dar comida e nisso Max chega e começa a se servir. Conversamos sobre a forma que ela estava se comportando e depois do almoço deitamos no quarto com ela para que pudesse dormir. Assim que Luz capotou eu levantei, tomei um banho e dei um beijo em sua testa, chegando na garagem vejo o pneu do carro furado.

   — Isso só pode ser brincadeira! - exclamo - É para eu não sair mesmo hoje!

   — Faz o seguinte, vai com meu carro e eu chamo o borracheiro e vou um pouco mais tarde para o estúdio com o seu carro. Pode ser?

   Demos um beijo e entrei no carro e sai. Ainda vi ele me olhando pelo retrovisor do carro e segui em direção aos fornecedores para voltar antes de Luz acordar. Estava com um dos cartões de Max para pagar algumas coisas e outras eu passaria no meu cartão.

    Paguei primeiro as flores e deixei tudo acertado. Liguei para Max perguntando da Luz mas ele já tinha saído de casa e até quando estava lá ela estava dormindo. Eu tinha me atrasado aqui com alguns detalhes, ainda precisava ir no buffet e na decoração. Quando sai da floricultura notei uma van que fazia o mesmo caminho que o meu.

   Assim que estacionei em frente ao buffet, a van para ao lado do carro, a porta se abre e dois caras encapuzados apontam uma arma para mim, me dão um soco e me colocam dentro da Van. Ainda escuto alguém gritando na rua e com mais uma coronhada eu perco os sentidos.

    O chão úmido estava gelado. Não sei quanto tempo se passou, mas aos poucos vou recobrando meus sentidos, ao tentar me levantar sinto meus pés amarrados, meus braços presos em minhas costas e uma espécie de fita tapando minha boca. Eu tinha sido sequestrado? Estava com um capuz preto na cabeça o que impossibilitava eu ver qualquer coisa. Quanto tempo teria se passado desde que eu estava ali? Escuto uns passos e umas vozes e logo o barulho de uma porta abrindo.

   — Olha a boneca acordou. - Escuto uma voz grossa e com um teor de malandragem.

   — Tira o capuz dele não. Esse mané tá com os dias contados. - Sinto um chute nas costelas e um forte impacto no rosto.

   Uma dor enorme me invade e me toma. Sinto um leve gosto de sangue na boca e tento sentar me arrastando pelo chão. Um dos caras me pega pelos dois braços e me levanta como se eu fosse um travesseiro leve e me joga em uma cadeira.

Na luz do seu abraço.Onde histórias criam vida. Descubra agora