A Sua

872 81 25
                                    

Saudade

1. Designação de melancolia e tristeza provocadas pelo sumiço ou pela ausência de indivíduos ou objetos com os quais se mantinha uma forte ligação emocional.

Fiquei no mesmo local, depois que Marcela saiu. Sozinha e no escuro, tentava sob o efeito do álcool reorganizar meus pensamentos, o que estava sendo difícil. Durante este momento, me sinto introspectiva.

Eu só quero que você saiba, que estou pensando em você. Agora e sempre mais..

Reflito e reafirmo mentalmente, eu não vou desistir dela.

Assim eu fico, até escutar um barulho que me assusta. Semicerro um pouco os olhos, para tentar ver melhor quem se aproxima.

- Quem está ai? - Pergunto.

- Estava te procurando. - Sergio responde.

- Ah, é você. - Falo desanimada.

- Decepcionada?

- Sinceramente..

- Nossa. - O homem diz sorrindo. - O que houve? Por que está aqui no escuro e isolada?

- Pensando um pouco.. - Sergio aproximasse, e automaticamente recuo.

- Que foi, Rafa?

- É melhor voltarmos. - Digo, dando as costas para ele. - Eu preciso beber.

Quando volto para a festa, Luíza e Maurílio cantavam "s" de saudade. Visualizo as pessoas dançando e cantando, alegres e animados. Totalmente alheios aos meus sentimentos. Sinto a presença de Sergio, certamente estava atrás de mim, reviro os olhos.

Eu só quero que você ouça a canção que eu fiz pra dizer..

Procuro Gizelly pelo local, ela adorava a dupla e imaginei que estivesse ali. Não a encontro, então sigo em direção das meninas.

- Hein, vocês viram a Gizelly?

- A quenga foi embora. - Bianca responde.

- Como assim? Ela nem se despediu. - Sinto meu humor mudar ainda mais.

- Não faz muito tempo. - Manu diz, observando minha fisionomia. - Ela deve está esperando o Uber, se você correr talvez consiga alcançá-la. - Confirmo com a cabeça, olhando para minha amiga.

- Eu já volto. - Penso na velocidade que gostaria de atingir, mas o meu equilíbrio não era o mesmo depois de tanta bebida. Quando chego no portão, vejo Gizelly e Marcela entrando no carro. Fala sério.

E como eu te quero tanto bem, aonde for não quero dor..

- Não acredito. - Digo em voz alta.

- No que você não acredita? - Sergio fala me assustando.

- Puta que pariu, Sergio. - O homem gargalha. - Droga, você quase me mata. - Coloco a mão sobre o peito.

- Desculpa, não foi a intenção. - E inteira perguntando. - No que você não acredita?

- Que deixei meu celular na bolsa de Gizelly. - Não era somente esse o motivo, mas ele não precisava saber.

- Amanhã você pega. - Ele diz, pegando minha mão livre. - Vamos, a festa ainda está rolando. E o show está bom demais.

Retorno com ele, mas minha mente fica na imagem que visualizei. Consigo somente pensar em Gizelly. Fico no meio das pessoas, porém me mantenho alheia no que todos ao meu redor falam.

LAÇOSOnde histórias criam vida. Descubra agora