Um Pôr do Sol Na Praia

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"Acho que como humanos devemos ter a chance de fracassar...para saber o que realmente dá certo, sabe? As pessoas não acreditam que a felicidade é um processo." - Atlanta

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▪︎MANOELA▪︎

O trajeto não era distante, mas a energia que as passageiras carregavam não contribuía muito. Então a sensação era que nos arrastavámos para casa.

Rafaella estava sentada no banco da frente e Gizelly no de trás ao meu, a tensão que emanam faz com que eu fique tensa também.

Logo, para amenizar o clima peço para a influencer ligar o som. Ela pega o celular e escolhe uma música de sua playlist. Quando começa a tocar Péssimo negócio, internamente me arrependo de ter feito o pedido. Foi literalmente um péssimo negócio, em outra ocasião eu estaria cantando doidamente com ela, mas por motivos óbvios fico apenas acompanhando o que a música causaria nas mulheres.

Escuto Rafaella cantar baixinho, pelo retrovisor vejo Titchela fechar os olhos e encostar na janela. Ela fica quietinha o restante do percurso, não sei o que poderia está acontecendo e acho melhor não perguntar, por enquanto.

Ao chegar em seu endereço, silenciosamente ela aguarda uma posição de Rafa. Minha amiga não faz nenhuma menção em sair do veículo, o que dá a entender que não ficaria. Diante disso, Gizelly se despede de nós, falando um até logo. Espero a advogada entrar no prédio para sair, do meu lado Rafa fica que nem estátua. Quando o carro da partida, ela suspira pesadamente, leva as mãos aos olhos e começa a chorar.

- O que foi? - Sem resposta. - Rafa? Rafaella? Que droga, vou parar o carro se não dizer o que está..

- Não..para..Manu. - Ela diz entre soluços.

- Eu sei que está acontecendo alguma coisa, a energia cósmica entre vocês estava pesada. - Começo a falar sem parar.- Eu iria perguntar quando chegássemos em casa, mas diante de seu comportamento não conseguirei esperar. Então, me diz, o que aconteceu?

- Eu não posso te dizer. - Rafaella funga. - Não sem a autorização dela.

- Como assim, Rafaella? - Fico preocupada, e falo a primeira coisa que passa pela a minha cabeça.- A Titchela está doente?

- Não. Não é isso. É complicado, eu não posso dizer..

- Amiga, não é muito drama para pouca pauta, né?

- Não. - Ela sorri da minha pergunta. - Acontecimentos que não posso revelar.

- Entre vocês duas?

- Nos envolve.. - Resolvo não pressionar.

- Vocês conversaram?

- Às coisas entre nós, são doidas. Hoje a tarde tivemos uma conversa maravilhosa, no entanto durante o jantar parecíamos duas estranhas.

- Por isso você não quis ficar com ela?

- Eu queria, Manu. Mas ela não pediu pela minha companhia. - Fala enquanto seca o rosto com as mãos. - No jantar a Gizelly fez a mesma coisa.

- Pode ser que ela tenha te dado a opção de escolha..

- Eu quero que ela escolha, - Viro para a minha amiga, seu olhar era suplicante. - Eu quero que ela me escolha, só que ela é medrosa demais para isso.- Volto a minha atenção para o trânsito, mas com a visão periférica percebo que Rafaella verifica o celular.

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