Eu Sei Quem É Você

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"Tenho que me fazer de durão, mas na verdade não estou levando numa boa."

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《》 RAFAELLA 《》

Consigo sentir a apreensão de Gizelly, já havíamos feito refeições no Colunga, mas era a primeira vez que estaríamos aqui após saber o parentesco dela com o Augusto. É uma situação complicada e difícil de absorver, e para colaborar durante o caminho, de uma forma péssima perguntei sobre como ele estava. Depois da pergunta que ela fez à Sérgio, manteve-se em silêncio.

Ao chegarmos no restaurante ela ajuda a Be com a cadeirinha e o cinto, deixamos o estacionamento e vamos a caminho da área reservada, penso em segurar em sua mão, mas sei que ela reprovaria então apenas resvalo em seus dedos.

Quando nós aproximamos da mesa, ela anuncia que precisa ir ao banheiro e decido acompanhá-la. Não falo nada, sei que Gizelly precisa de um tempo para refletir. No entanto quando entra na cabine do banheiro e demora, me sinto aflita e não consigo não perguntar se está tudo bem. Antes que eu obtenha a resposta, a porta da cabine ao lado se abre, revelando quem eu menos quero ver.

- Só pode ser brincadeira. – Me expresso, não contendo minha indignação.

- Oi, Rafaella. Tudo bem? – A médica loira me pergunta.- Deixa eu adivinhar, Gizelly está na cabine ao lado? – Ela aponta para o local.

- Para que saiba, perseguição é crime. Cuidado. - Eu digo para ela.

- Ameaça também. – Marcela responde e se direciona para a pia. 

- Que bom que já tenho a advogada.– Alfineto. Gizelly abre a porta neste exato momento, me fita e vai lavar as mãos também.

- Oii, você. – Marcela diz e direciona um sorriso para ela.

- Oii Má..arcela.- A advogada me olha através do espelho. Sinto minha postura tencionar.

- Gostei do encontro de hoje.– Inacreditável, fico a ponto de pegar Gizelly pela mão e sair daquele lugar o mais rápido possível.- Indicação de prato? – A cara de pau pergunta.

- Qualquer um que tenha frutos do mar...- A morena pensa e completa. - Espera, o mexilhão a espanhola daqui é muito bom..

- Vai demorar muito? – Pergunto bruscamente, fazendo com que as duas virem-se para mim. – Eles estão esperando por nós.

- Terminei! - Gizelly diz. – Até mais, Marcela. – Reviro os olhos e não falo nada. Quando estamos nos dirigindo para o corredor de saída, Marcela a chama:

- Gigica, não esqueça que tenho que te pagar uma aposta. – Antes de passar por nós a médica me lança um olhar vingativo e fala.- Gosto de cumprir o que falo.

Em um único movimento, puxo-a pelo cabelo fazendo com que retroceda e dou-lhe um soco. A raiva que sinto faz com que eu imagine essa situação, poderia ser real, mas esse comportamento não me define e claro não é o que faço, portanto deixo ela sair ilesa.

- O que foi isso, Gizelly? - Paro e pergunto, impacientemente não aguardo pela sua resposta. – Quer saber, deixa para lá.

Sem dizer mais nada, saio do banheiro com Gizelly em meu encalço, ao passar pelas mesas, avisto Marcela. Ela estava jantando com uma mulher, que demoro trinta segundos para identificar. Lanço um olhar para trás e vejo a advogada observando a mesa da médica. Essa noite estava sendo uma das piores.

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