Beyond (AOB)

XXIII - Pólvora

Nota: OIIIEIEIEIEI BOA NOITE

HOJE EU TO ANIMADA HEHEHEHE

esse é o capitulo mais longo de beyond até agr e o meu favorito, e devo falar que depois dele só faltam DOOOOOOOIS CAPITULOS PRA ESSA BAGAÇA TERMINARaproveitem porque ele tá ó 👌

BOA LEITURAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

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"O tempo fluiu.

Eu sempre preservei manter minhas expectativas baixas para que a queda fosse menos dolorosa quando elas fossem rompidas. Confesso que fiz isso com Karla Camila e nosso relacionamento. É verdade afirmar que adquiri o costume em ganhar cicatrizes com o tempo, sejam elas físicas ou mentais, sou como uma colecionadora delas, e estava preenchida de certeza que a cicatriz que aquela ômega de sangue latino me deixaria quando resolvesse acabar nosso caso seria das mais dolorosas.

Por muito tempo não encontrei certeza no que tínhamos, sempre me mantive na defensiva, reafirmando em minha mente que tudo isso poderia acabar do dia para a noite por ela ser alguém que gostava de se aventurar. Sabia que ela havia possuído muitos alfas em sua vida, nenhum deles a teve, no entanto; e sabia também que essa intensidade entre nós era novidade para ela, assim como para mim. A possibilidade de que algum dia em sua vida Karla poderia simplesmente conhecer alguém melhor do que eu, com mais coisas em comum e mais nuances interessantes que as minhas me deixava com uma pitada generosa de tristeza - soa até desonesto e amenizador falar assim -, eu sei que posso ser facilmente substituível.

É pela surpresa, então, que escrevo aqui. Sinto que preciso registrar. Passaram-se cinco meses e meio desde o acidente em Los Angeles, as coisas desde essa data foram um misto de tudo, primeiro houve a adaptação e recuperação de Karla Camila a qual eu estava inteiramente focada, depois voltamos com nossas rotinas e ela, surpreendentemente - na verdade nem tanta surpresa porque ela realmente é cheia de talento -, foi interceptada pela oferta de uma nova expedição, dessa vez uma mais exigente que a última, ela não ia para cidades locais e perto daqui, ia para longe mesmo, sem sair do Brasil, é claro.

Meu cio chegou no fim de setembro e durou três dias, foi intenso... é gostoso relembrar. Karla me fez se sentir bem como nunca e cuidada, proporcionou-me momentos ótimos.

Com o passar dos meses fomos tecendo mais conhecimentos sobre uma a outra. Eu a conhecia e me conhecia no mesmo processo. Era plena verdade que antes dela, os últimos quatro anos tinham sido um buraco vazio em minha vida, eu havia perdido meus sentidos, minha personalidade e meus gostos, era uma alfa insensível. Orgulho-me de estar numa nova fase agora, absolutamente a melhor desde meus vinte anos, poderia até chamar de recomeço, entretanto acho que é uma palavra muito forte.

Comecei a ler livros e ganhar carinho por eles, eu sempre gostei de ler na adolescência, principalmente fantasias épicas ou gêneros medievais, e quando visito Lucy uma ou duas vezes no mês até mesmo troco longas conversas com Torben sobre o livro que o presentei, o livro tem mais de quinhentas folhas e ele disse que já terminou há dois meses, está ansioso para o próximo aniversário chegar junto com o livro, talvez eu adiante um pouquinho para ele, ele é um bom garoto; me arrependo de não ter construído laços mais fortes com o alfinha desde que sua mãe me encontrou.

As partes negativas desses cinco meses e meio foi o fato de que minha ansiedade estar atacada, e eu sei bem que é devido ao acidente. Minha mente fica agitada demais e sobrepõe meu controle, isso já acontecia com Lucy e a segurança dela com Torben, foi por isso que contratei Astrid. Mas com Karla Camila é diferente, bem diferente... Estamos no Brasil, longe daquela merda toda de Los Angeles onde Azvil reina, eu sei disso, meu medo não dá trégua, no entanto, brigamos algumas vezes pelo meu excesso de preocupação e mensagens para saber sobre ela, eu sufocava, tiveram discussões que duraram dias... Nossa sorte é que exercitamos o diálogo cada vez mais, não parece ser o ritmo mais saudável, é perto.