V - Os Híbridos Primórdios

5.2K 440 267
                                    

Três semanas atrás – No Aeroporto

Seu automático foi ignorar as sensações que inquietavam seu intelectus, não entendia aquela droga, não entendia porque o toque era tão incompreensível com Lauren, o que acontecia? Foi naqueles mesmos pensamentos que ela não olhou para trás, tinha que deixar de lado a tolice.

Avistou Lucy bem na entrada do aeroporto, a sua espera com Torben ao lado.

— Hey, vamos lá. Temos que seguir o caminho que Normani indicou, não é um voo comum. – A beta avisou e Karla assentiu em silêncio.

Seguiram um caminho desviado, ninguém passava por ali e tiveram ajuda de outras pessoas que Lucy explicou ser coisa de Normani. Karla não estava surpresa com a complexidade da coisa toda, era o jeito cuidadoso de sua irmã, previa cada passo e problema que pudesse surgir. O reconhecimento de que era mesmo ela que estava prestes a reencontrar fez seu coração palpitar, ansiosamente trêmula.

Até que a viu.

— Mani... – Correu para abraça-la, sendo recebida da mesma maneira que em seus sonhos.

— Minha irmã... Olha onde nos meteu. – A mulher falou em espanhol entre o abraço e as duas soltaram um riso discreto.

— Você me conhece, sabe que eu sou doida. – Retrucou sem desprender do abraço. Precisou de mais alguns segundos daquela sensação boa de segurança familiar antes de se afastar, apressadamente limpando as lágrimas acumuladas.

— Ei, não chore, se não eu vou chorar também. – Normani a repreendeu, estava difícil se segurar, Karla soltou outro risinho enquanto fungava, olhou no fundo dos olhos de sua irmã e idealizou que era mesmo verdade, os olhos violeta estavam brilhando de emoção, um pouco avermelhados pelo indício de choro, mas ainda sim lindos. Não havia como negar, Normani tinha olhos que hipnotizavam.

Os olhos de Karla também voltavam ao seu âmbar de equilíbrio, deixando aquele amarelo opaco para trás, agora sim.

— Bom, gente, eu sei que é emocionante para vocês, mas também é para mim! – Lucy fingiu limpar uma lágrima e puxou a ômega para um abraço caloroso, não só Karla como Normani também riu de sua atitude espontânea. — Foi muito bom te conhecer, por mais que você não vá afirmar o mesmo, tchau.

— Foi bom te conhecer também, Lucia. – Confessou honestamente, revidando o que a beta tinha falado. Observou o alfinha ao lado, Torben olhava paciente a interação toda, Karla refletiu que uma pessoa tão nova e pequena ainda tinha muito a lhe ensinar. — E você, Torben... Você é o oposto do meu irmão caçula, sabia? Mas você tem um gênio muito brilhante, assim como ele. Vou lembrar muito de ti.

— Espero que te ver outra vez em uma ocasião mais legal, Karla, foi realmente bom te ter na minha casa umas semanas. – No rápido abraço que deram, a ômega o sentiu meio febril, pela manhã tinha perguntado a Lucy se ele estava bem, já que o pequeno estava debilitado e fraco nos últimos dias, ela apenas confirmou.

Normani se moveu pelo lugar, uma pequena sala de serviço com ligação ao local de decolagem direta dos aviões, voltando com uma maleta preta, deu-a a Lucia, as despedidas por ali haviam chegado ao fim.

— O prometido. – Deu posse a beta, que assentiu olhando em seus olhos. — A alfa envolvida com isso... Está tudo certo?

— Sim, ela continua não querendo nada, e não se preocupe, ela não vai fazer burrice.

— Espero.

E assim as duas ômegas seguiram caminho oposto ao dos outros dois. Torben se sentiu demasiadamente fraco apenas na ação de caminhar para fora de onde estava, mas não relatou nada a mãe, mesmo que a mulher estivesse atenta como nunca.

Beyond (AOB)Onde histórias criam vida. Descubra agora