diciannove

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- Quero agradecer-vos pela vossa presença – estar em direto, em plena televisão italiana, nunca foi um problema para mim. Estar com o Giulio a meu lado é a primeira vez, mesmo que não seja a nossa primeira entrevista juntos – já podiam estar de lua de mel, mas foram amáveis em dar-nos esta entrevista – sim, já podíamos ter ido de lua de mel, mas houve imensa coisa a acontecer que tivemos de adiar para o mês que vem.

- Obrigada nós – acabei por dizer.

Estamos os dois sentados num sofá, com a entrevistadora à nossa frente.

- Podemos falar um pouco sobre o casamento?

- Duvido que ela se lembre de tudo... - dei-lhe uma palmada na perna, começando-me a rir – tens de admitir que devem haver partes do dia que não te lembras.

- É verdade – ele riu-se a olhar para mim – mas, em minha defesa, foram dias muito intensos os anteriores – olhei para a entrevistadora – correu tudo como planeado. Como é do conhecimento público, eu não tinha qualquer plano de um casamento de sonho... então foi uma mistura daquilo que eu e o Giulio gostamos, muito simples e com as pessoas de que nos são mais próximas – agarrei a mão dele, pousando-a em cima da minha perna – casámos na quinta dos meus pais, no exterior...

- Eu, ao contrário dela, sempre quis casar – olhei para ele – nunca imaginei nada muito elaborado, então foi tudo assim num estilo muito rústico.

- Estamosa ver uma fotografia que nos cederam – olhámos os dois para o grande ecrã e sóconsegui sorrir ao relembrar aquele momento.

- Temos tantas fotografias que nem sabemos quais escolher para partilhar – confessou o Giulio e, assim que olhei para ele, percebi que estava a olhar-me – mas foi um dia muito bonito – apenas lhe sorri

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- Temos tantas fotografias que nem sabemos quais escolher para partilhar – confessou o Giulio e, assim que olhei para ele, percebi que estava a olhar-me – mas foi um dia muito bonito – apenas lhe sorri.

- E como é que têm sido estes primeiros dias de casados?

- Iguais – olhei para a entrevistadora, acabando por me rir – há três anos que fazemos uma vida em comum, seja em Roma, Milão, Florença ou no Canadá. Temos os nossos dias, como todos os casais, mas estamos muito felizes por, finalmente, ir ter umas férias a sós – rimo-nos os dois.

- Até agora isso tem sido impossível – acrescentou o Giulio – entre termos sempre sobrinhos e irmãos, ainda não tiramos dias só para nós.

- Quando estamos só nós estamos sempre a trabalhar – completei o raciocínio dele – agora é mesmo tempo para aproveitar.

- E quando é que vão pensar em filhos? – sorri, esperando que fosse o Giulio a responder.

- Tudo a seu tempo...

- Agora só falta um sobrinho, por isso despachem-se a tratar disso na lua-de-mel, por favor – não sei se a Amara está consciente daquilo que está a dizer, mas só me consegui rir quando ela propõe o brinde e acaba com o seu discurso de madrinha.

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