dodice

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Estava deitada na cama dele. O Giulio mantinha-se deitado ao meu lado, virado ao contrário, com a sua cabeça apoiada sobre a sua mão. Tenho gelo no meu pé… está muito mais inchado do que pensava e, enquanto falávamos sobre o dia dele, o Giulio ia trocando o gelo de posição. Fiquei a saber que ele está prestes a finalizar as gravações do filme, tendo de ir novamente ao Canadá pouco depois do dia do desfile.

- A tua mãe é muito bonita – aproveitei o silêncio momentâneo dele para falar da sua mãe. Fiquei encantada com a figura daquela mulher.

- Dizem que sou parecido com ela - riu-se, encostando a cabeça à minha perna – o Luca já não é tanto…

- Eu não acredito que estás a falar no teu irmão - ri-me, ficando a olhar o teto – a tua mãe tem cara de quem poderia desfilar os meus sapatos… - olhei-o – achas que ela aceitava?

- Do tipo ser modelo da tua coleção?

- Sim… - ajeitei-me na cama, cruzando os meus dedos com os dele – eu costumo ter mulheres de todas as idades, com todas as formas e etnias. Acho que a tua mãe iria ficar incrível a desfilar.

- Posso falar com ela – fazia-me carícias com o polegar na palma da mão, mantendo os seus olhos presos aos meus – e, se bem a conheço, vai aceitar na hora.

- Ótimo – voltei a olhar para o teto, respirando fundo – estamos tão próximos e está tudo caótico na fábrica… como eu nunca pensei.

- Mas foi muito grave?

- Aquela máquina vai demorar, pelo menos, uma semana a ficar pronta para usar. Vou atrasar a produção de três modelos…

- Tenho a certeza que vai correr tudo bem - deu-me um beijo na perna, levantando-se logo de seguida – queres comer alguma coisa?

- Não, obrigada - sentei-me na cama, vendo-o ir na direção do mini frigorífico e retirar, de lá, uma caixa com comida – estás mais musculado – constatei em voz alta algo que os meus olhos viam naquele momento. Ele estava a usar uma camisola de manga curta, muito justa ao seu corpo, que tornava os seus músculos muito salientes.

- Estou? – ele riu-se, colocando a caixa com a comida no microondas. Ao virar-se para mim, encostou-se na pequena bancada da mini cozinha, cruzando os braços.

- Estás. Olha esses braços! – colocou-se de joelhos ao fundo da cama, vindo na minha direção – assim que acabar o filme, vais deixar crescer a barba, certo? – apoiou as suas mãos no colchão, ficando uma em cada lado do meu corpo e a sua anca em cima da minha.

- Não sei… posso continuar assim, só para te manter afastada.

- Já te queres ver livre de mim? – deixou o corpo cair sobre mim, acabando por envolver a cintura dele com os meus braços.

- Acho que não me posso é afastar de ti.

- Porquê?

- Porque te tornas demasiado querida – passou com o indicador pela minha testa, afastando o cabelo que tinha pela cara.

- Sou bipolar, lamento informar-te – sorriu, juntando os seus lábios aos meus.

Assim que o micro-ondas parou, saiu da cama para ir buscar a comida, voltando logo de seguida.

- Tens a certeza que não queres comer nada?

- Tenho - sentei-me, também, retirando o gelo do pé – isto já não me acontecia há muito tempo.

- Se continuar a inchar devias ir ao médico.

- Sim, senhor doutor – agarrei no meu telemóvel, percebendo que tinha duas mensagens da Amara – tenho de dizer à Amara para me levar roupa para o escritório…

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