SOLO PER LA NOTTE

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Hoje é o dia mais especial da minha vida. Aos 32 anos, chegou o momento em que vejo a minha irmã mais nova a casar. O dia que eu nunca imaginei para mim, mas que ela idealiza desde muito pequena.

Dentro de poucas horas, temos de estar no local do casamento para que ela se começasse a arranjar.  Conhecendo-a como conheço, tenho a certeza de que não vai acordar se eu não a chamar.

- Amara? - chamei-a junto do seu ouvido. Tínhamos dormido as duas juntas, no meu quarto e completamente sossegadas. Ela sempre pensou em ficar comigo e as outras duas damas de honor, contudo, apercebeu-se de que não ia descansar e optou por uma noite com a irmã mais velha – fiore – começou a mexer-se, espreguiçando-se – tens de te despachar. A menos que estejas a considerar desistir de casar.

- Vera! – abriu os olhos, começando a rir-se – não comeces com as tuas coisas.

- Podias estar com dúvidas.

- Tu sabes que não – virou-se para o meu lado, agarrando as minhas mãos – ainda bem que estamos só as duas… sabes que sem ti, este dia não iria ser nem metade daquilo que tinha sonhado.

- Só poderia ser assim. Tu sabes que eu não quero nada de casamentos, muito dificilmente terei filhos… és a minha irmã mais nova e, no que depender de mim, será assim até ao fim - abraçou-me – sempre que precisares, eu estarei aqui. Para te ajudar a realizar os teus sonhos.

- Obrigada, Vera.

Ficámos as duas mais um pouco na cama, acabando por sair de casa mais atrasadas do que o suposto.

Serei uma das três damas de honor da Amara. Ela vai casar num castelo tal e qual a princesa que ela sempre imaginou ser neste dia.

- Vera? - olhei-a pelo espelho, continuando a maquilhar-me. Havia apenas uma maquilhadora e, uma vez que estava ocupada com a Amara, decidi ir maquilhando-me a mim mesma.

- Diz.

- Podes ir ver se está tudo bem com o Lorenzo?

- Porque é que não haveria de estar? – ela está nervosa, é totalmente percetível pelo seu olhar.

- Vá lá! Já sabes como ele é… de certeza que ainda não se começou a arranjar.

- Tutto bene – levantei-me, fechando o robe de seda.

Saí do quarto destinado a ela, começando a percorrer o longo corredor de pedra. Estamos no Castel Monastero, a sul de Florença – a nossa terra natal – que também tem uma parte de hotel, onde todos estamos a arranjar-nos. Sinto-me realizada e tão feliz por conseguir proporcionar este dia à minha irmã.

Subi ao andar de cima, procurando o quarto do Lorenzo. O namorado da minha irmã há 10 anos, o seu marido daqui por umas horas. Bati à porta, ouvindo a sua autorização para entrar logo de seguida.

- Ah… és tu, Vera.

- Que entusiasmo por veres a tua cunhada… - aproximei-me da cama, sentando-me sobre ela – bom dia rapazes – estava com dois dos seus acompanhantes. Dois dos que vão entrar connosco no altar, sendo que não faço ideia qual deles será o meu par – qual de vocês é que me vai acompanhar ao altar? – conheço os dois de vista, já estiveram em vários jantares e almoços com o Lorenzo.

- O que ainda não está cá – olhei para o Lorenzo.

- Desculpa? – olhei para o Lorenzo, percebendo agora o porquê da sua desilusão quando me viu.

- Não te passes, nem digas nada à Amara… mas está a faltar-me um best men.

- Eu avisei-te para não o escolheres – disse um deles – ele chega sempre atrasado a todo o lado.