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Coringa Narrando:

Acordei já era tarde, tava mó cansadão por causa do baile e da semana toda na boca. Levantei devagar da cama pra não acordar a outra e fui pra janela fumar um verdin.

Não sei o que tá acontecendo... Nunca costumei dormir com ninguém e muito menos me importar com alguém. Não sei se tô gamando nela ou se é só porque ela é mãe do meu menor mas que a filha da puta era linda isso não tenho dúvidas.

Desci as escadas, fiz um café forte e tomei purão, sem nem adoçar. Precisava curar a ressaca e por minhas ideias no lugar, minha mente tava à milhão, mó feiticeira essa mina. E falando no capeta, ele apareceu.

Ana: Bom dia.- disse entrando na cozinha.

Eu: Só se for pra tu, tô com a maior dor de cabeça.

Ana: Não tenho ressaca mas ando com remédio, pera aí, vou pegar.- saiu correndo e voltou depois de um minuto com três comprimidos na mão.- Toma.- engoli com café mesmo e levantei.- Comeu alguma coisa? - neguei.- Tomando remédio de estômago vazio, Henrique?- colocou as mãos na cintura, tinha nem tamanho a criatura.

Eu: Olha a neurose, mulher.- cheguei perto dela e dei um selinho.- Tô indo pra boca. Subi e tomei uma ducha.

{...}

Eu: Coé, Marquinho. Fala tu, filhão.- fiz toque com meu mano dono de outro morro perto daqui.

Marquinho: Fala tu, putão. Tô com umas visão pra te passar.

Eu: Solta.- falei sentando perto dele.

Marquinho: Parece que a nossa missão semana que vem vai ser bem maior do que a gente pensava.- suspirou.- O filá da puta do D8 pediu reforço a facção, os soldados começaram a chegar hoje no morro dele.

Eu: Quem vazou?

Marquinho: O x9 que eu coloquei lá, o bagulho vai ser louco.

Eu: Mas eu confio na nossa tropa, pô.

Marquinho: Eu também, só tô dizendo que vai ser mais difícil e vamos redobrar o cuidado. - assenti. - Tenho que ir, depois eu volto pra organizar melhor. Fé pra nóis.

Eu: Fé.- vou matar aquele arrombado do D8.

Ana Narrando:

Depois que o Coringa saiu liguei para a mãe do Menor e fui buscar meu neném, já estava louca de saudade. Como a casa dela era perto, eu lembrava do caminho direitinho.

Eu: Oi, Dona Carla.- falei assim que ela abriu a porta.

Carla: Oi, minha filha. Entra.- deu espaço para eu passar.

Eu: Ele deu trabalho? Desculpa não ter vindo ontem mesmo, cheguei em casa e capotei.- ou talvez tenha ficado até tarde transando com o pai dele.

Carla: Que isso, ele é um anjinho, sem contar que estava com saudade de cuidar de bebê. Sempre que precisar é só chamar. - sorriu.

Peguei o Noah no colo que ficou todo eufórico e o abracei forte. Agradeci de novo à Dona Carla, peguei a bolsa dele e fui andando devagar para casa.

Eu: Quer ir ver o papai?- ele sorriu. Ainda estava tentando me acostumar com a ideia do Coringa ser presente.

Fui perguntando aos moradores que passavam onde era a boca, depois de muito trabalho consegui achar, antes mesmo de chegar lá já me arrependi de ter ido. O Léo conversava com o Coringa enquanto uma menina estava pendurada no pescoço dele. Dei meia volta e fui para casa.

Burra, otária, idiota... essas palavras ficavam se repetindo na minha cabeça mas o que eu estava esperando mesmo? Que agora a gente virasse uma família feliz? Trouxa, é isso que eu sou. Cheguei em casa, dei um banho no Noah e de mamar. Enquanto o colocava para arrotar ele pegou no sono. Botei ele devagar na cama e o cerquei de almofadas para não cair.

Coringa: é aniversário de um parceiro meu e ele vai fazer um bailão no morro dele, bora?- chegou animado no quarto.

Eu: Não, tenho um filho pra cuidar, não posso deixar minhas responsabilidades de lado ou fingir que elas não existem.- nem olhei para ele.

Coringa: Por que não deixa com Dona Carla? tirava a roupa.

Eu: Não vou me aproveitar dela.- deitei do lado do meu filho.

Ele entrou no banheiro, tomou banho, se arrumou, colocou suas correntes e tomou outro banho de perfume.

Coringa: Tchau, vou deixar alguns seguranças aqui na frente e eu volto cedo.- veio para perto de mim e tentou me beijar mas virei o rosto. Ele olhou para mim sem entender nada, fechou a cara e saiu. A mãe é trouxa e o pai é louco, coitado do Noah com essa genética.

Coringa Narrando:

Eu: Menor porra, já conferiu a carga que chegou hoje cedo?- fui pra perto dele.

Menor: Claro, patrão. Tudo nos conformes, fica mec.- ia responder mas um despacho de iemanjá atrapalhou.

Xxx: Oi, chefinho. Saudade de tu.- disse se pendurando no meu pescoço.

Eu: Nem rola...- fiquei olhando pra ela tentando lembrar o nome.

Xxx: Nicoli.- falou sem graça.

Eu: Não dá não, Nicoli.- ela sorriu e foi embora.

Menor: Que isso?- colocou a mão na minha testa. Tá com febre, pô? Nunca te vi negar buceta.

Eu: Ha, ha, ha. Só tô ocupado.

Menor: E essa ocupação por algum acaso tem um filho contigo?- sorriu sínico.

Eu: Vai se fuder já que não tá fazendo nada.- dei um empurrão nele e saí rindo.

Enquanto organizava umas coisas no escritório o Marquinho ligou para mim, me chamando pra brotar no baile dele. Quando cheguei em casa chamei a doida pra ir comigo mas ela falou que tinha que ficar com o Noah e blá blá. Antes de sair fui dar um beijo nela mas ela virou a cara, tomar no cu também. Não faço nada e essa porra fica com raiva. Fechei a cara e tomei meu rumo. Já fazia algumas horas que tava no baile e ainda tava no meu segundo copão, a vontade de embrazar tava longe. Rodava o olhar pelo espaço mas não via ninguém nem nada interessante.

Menor: Coringa, Gaby tá passando mal, tô metendo o pé.- assenti, fizemos um toque e ele foi falar com o Marquinho.

Fui pra mesa e fiquei mexendo no celular até ver os status dos vapores que deixei fazendo a segurança da Ana e do menor. Eles gravaram vídeos do MEU filho brincando com eles, a raiva chegou no ponto máximo quando um deles postou foto com a Ana e colocou um coração de legenda, tão de onda com minha cara. Desci do camarote sem me despedir de ninguém e esbarrando em todo mundo. Ainda bem que eu tava de moto pra chegar mais rápido.

Eu: VAZA TODO MUNDO DESSE CARALHO AGORA.- cheguei gritando, os vapores quase se cagaram nas calças e foram um esbarrando no outro tentando chegar na porta depressa. O Noah que brincava olhou para mim e voltou a atenção pro ursinho sem se importar.

Ana: Qual teu problema?- olhei pra ela que usava um short minúsculo. É hoje que eu paro no postinho de raiva.

complexo do alemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora