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Coringa Narrando:
(da hora que ele acorda até quando a Ana aparece)

Desci as escadas lentamente sentindo minha cabeça latejar, o que só piorou quando vi a cara toda arrebentada do talarico, pelo menos meu trabalho fiz direito ontem.

Gabriel: Lá vem o corninho manso.- disse alto pra eu ouvir

Eu: Quando tu me ver, vira o rosto e fica caladinho, sacas?- sentei no sofá.

Gabriel: Se não o que? O fodão dono do morro vai me matar? Sempre se achou mais do que é, desce um pouco que você não vale tudo isso.

G15: Cala a boca, na moralzinha, Gabriel. Só enche o saco, caralho.- o primo dele falou sem paciência, todo mundo conhecia a peça, nem a família aguentava.

Gabriel: Vocês são tudo um baba ovo desse corno. Bora ver se vão lamber o cu dele no hospital.- sacou a arma e apontou pra mim.

Levantei lentamente de onde estava. Fui até o Menor, peguei a arma que tava no bolso do short dele e apontei pro Gabriel. Gente do tipo dele só late mas não morde.

Eu: Baixa essa arma pra tu sair andando dessa casa.- falei calmo.

Gabriel: E você acha que eu não tenho coragem de atirar, gado?- suspirei.- Olha a putinha causadora de discórdia aí.- virei em direção da escada e vi Ana com os olhos arregalados.- Apesar que essa boquinha é uma delícia, fiquei imaginando ela no meu... - não deixei ele terminar, dei um tiro na coxa dele que caiu no chão gritando. - FILHO DA PUTA. apertou a perna.- mirei e dei um tiro na outra coxa.

Ouvimos o choro do meu filho e a Ana subiu correndo atrás dele. Fui até o Gabriel devagar e me agachei pra ficar próximo.

Eu: Teu erro foi pensar que eu me acho. Mas se liga, eu não me acho, eu sou. Me peita de novo pra ver se tu não volta pra casa num caixão.- me levantei, botei a arma em cima da mesinha de centro e subi as escadas.

Eu: Tá chorando por quê? Alguém morreu? sentei do lado dela que tava com o Noah no peito.

Ana: Eu tô com medo. Não sou acostumada a viver no meio de armas e tanta maldade. - choramingou.

Eu: Nunca vai acontecer nada contigo e nem com o moleque, tá ligada? Dou minha palavra de sujeito homem.

Ana: E você? Acha que eu não sinto medo por você também?- alterou a voz.

Eu: Então quer dizer que tu se importa comigo?- sorri.

Ana: Se foder, Coringa.- virou o rosto.

Eu: Não me chama assim, sabe que pra tu sou tudo, menos o filho da puta sanguinário que o Coringa é.- peguei no rosto dela.- Quando escolhi ter essa vida, era ciente dos perigos e que nunca teria paz mas mesmo assim escolhi. Tenho que lidar com as consequências.

Ana: E se a gente te perder?

Eu: Não se perde alguém que mora no nosso coração.- repeti a frase que minha mãe falava pra mim, isso me motiva todos os dias.

A Ana apenas concordou e ficou olhando pro chão. Quando o menor já tava de buxo cheio, peguei ele o colocando pra arrotar e ela foi tomar um banho pra esfriar a cabeça.

A tarde passou rápida, fiquei com os parceiros resenhando, tomando breja e fumando um beck. Subi indo pro quarto encontrando dois corpos falecidos na minha cama, como conseguem dormir tanto? Depois Ana reclama que o garoto não dorme à noite, passa o dia dormindo.

Acordei os dois deitando na cama abraçando eles. A outra fechou a cara e virou o rosto, já ele veio pra cima de mim rindo, razão da minha vida esse moleque. Fiquei brincando com ele e depois fui tomar um banho.

complexo do alemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora