Ana Narrando:
Acordo com o meu celular berrando do meu lado. Vou jogar uma praga em quem está me ligando. Não dormi direito desde que soube da novidade. Grávida. Eu ri demais quando a médica me contou, pedi para fazerem outro teste porque com certeza esse estava errado. Eu tomava pílula, sabia que não era cem por cento eficaz mas não era tão azarada assim, ou pelo menos foi o que pensei. O segundo teste veio, grávida. E de novo a história se repetia, o que esse país tinha contra mim? Grávida e "sozinha". Mas dessa vez eu daria a chance, que é dele por direito, de acompanhar a gravidez. Só contei para Gaby e pedi para ela calar a boca. Minha mãe entra de férias daqui duas semanas e volta comigo, prefiro contar a ele pessoalmente. Continuei procurando a merda do celular que não parava de tocar, inferno de pessoa, vai acordar o Noah. Quando finalmente achei a chamada parou mas logo voltou a tocar, nem vi quem era.
LIGAÇÃO ON
Eu: Alô?- disse mau humorada ainda de olhos fechados, só ouvi um funk como resposta, vou matar essa quenga que não tem o que fazer. Ôh Gaby, liga pro ca...- fui interrompida.
Coringa: É verdade?- meu corpo acordou na hora, que saudade dessa voz.
Eu: O que é verdade?
Coringa: Dá uma de louca pra cima de mim não, Ana. Tá grávida ou não tá?-perguntou rude.
Eu: Tô.- não sei como a língua da Gaby cabe na boca.
Coringa: Vou comprar passagem pra algum voo de amanhã.
Eu: Não, eu vou daqui...- ele me interrompeu de novo.
Coringa: Não tô perguntando tua opinião, colega. Arruma as coisas que amanhã vocês voltam, abraça meu papo.- fiquei calada sem saber o que dizer.- Manda foto da barriga. - disse depois de um tempo e desligou.
LIGAÇÃO OFF
Não sabia se sentia raiva ou não. Queria esperar minha mãe e também queria ver ele o mais rápido possível.
Minha barriga de dois meses aparecia quando queria então enviei uma que tinha tirado ontem à tarde.
👇ele visualizou na hora. Fiquei esperando alguma resposta dele mas acabei dormindo sem receber nada.
Acordei de novo e já era dia. Tinha uma mensagem dele com as informações do voo e da passagem. Avisei a minha mãe que me ajudou a arrumar as malas, voltei com duas à mais. Na hora de se despedir choramos muito, sabia que ia ver ela logo mas os hormônios já estão dando oi. O voo foi terrível, passei quase ele todo sentada no banheiro com o Noah no colo, os enjoos não paravam. Chegamos e quase chorei de gratidão. Avistei a Gaby na área de desembarque com o barrigão dela, ela me viu e começou a chorar. Depois de muitos abraços, beijos e passadas de mão uma na barriga da outra fomos para o morro.
Gaby: Os meninos ficaram organizando o baile de mais tarde.- disse quando entramos no uber.
Eu: Hoje é domingo.- a olhei sem entender.
Gaby: É em comemoração ao segundo herdeiro.- encarou minha barriga.
Eu: Desnecessário.
Gaby: Tu sabe que uma árvore nascendo na rua é motivo pra aquele morro fazer festa, se eu passei por essa vergonha você também vai passar.- riu e eu nem falei mais nada, só fechei os olhos e encostei a cabeça na janela.
Gaby: Chegamos.- me balançou. Saí do carro e estávamos em frente a casa dela com Menor. Vocês sentiram o cheiro de expulsão da casa do Henrique no ar? Porque eu senti. Ela me colocou no quarto de hóspedes e descemos para comer.
Noah: Papá.- correu, demorei um tempo para me virar.
Lá estava ele em toda sua glória. Mais gostoso que nunca com cara de mal. Ficou de chamego com o Noah depois veio até mim, beijou minha barriga e saiu. Em nenhum momento olhou na minha cara, se isso for possível senti meu coração quebrar mais ainda.
[...]
Passei a tarde dormindo enquanto o Noah ficava com o pai. Vocês acreditam que na hora de voltar ele ficou chorando? Não julgo, também faria o mesmo. Coloquei ele para assistir desenho e fui me arrumar. Coloquei uma t-shirt branca com nozinho na cintura, saia jeans desfiada, pochete preta, tênis branco. vou aproveitar muito enquanto posso usar esse tipo de roupa. Graças a Deus esse anjinho resolveu aparecer hoje e eu estava com um buxin. Passei só corretivo, pó, blush, rímel e um gloss. Ultimamente ando não querendo me arrumar muito, tô desanimada. Peguei o Noah que capotou depois de jantar e fui para o carro com a mochila e ele no colo. Menor passou na casa da mãe dele e deixamos meu neném. Aproveitei que tivemos que parar em um estacionamento e convenci o Menor tirar uma foto minha e postei no insta.
👇(Imagine ela com cabelos grandes e com luzes)
A quadra estava lotada. Passamos entre as pessoas e chegamos no camarote. Ele já estava lá com um copo na mão e ria de algo que alguém da mesa tinha dito. Eu vou agarrar esse homem a força. Seu olhar me encontrou e ele automaticamente fechou a cara. Olhei para o chão envergonhada. Gaby me puxou e também sentamos na mesa. Ela ficou me atualizando sobre o que tinha acontecido aqui. Passamos a noite na base do suco, minha bexiga ia estourar a qualquer momento e já estava morrendo de tédio. A Gaby tentava me dar atenção mas o Menor ficava agarrando ela, não queria atrapalhar eles. O Henrique conversava com os caras que tinha na mesa. Levantei e disse a Gaby que ia ao banheiro porque se não ela iria querer ir para casa comigo. Desci as escadas e avistei um vapor que eu conhecia de vista.
Eu: Me leva pra casa do Menor, fazendo favor.
Vapor: Patroa, não quero problema com o chefe não.
Eu: A gente não tá mais junto.- ele ainda me olhou receoso.- O Coringa terminou.
Mesmo a contragosto vi ele dar um toque com uns meninos e saindo na frente. Subimos na moto e não demorei muito para chegar no meu destino. Mandei mensagem para Gaby avisando que tinha vindo embora.
Tomei banho, tirei toda maquiagem, vesti um baby doll e deitei. Estava no estado meio acordada meio dormindo quando ouvi a porta se abrir.
Eu: Já voltou cara? Falei que ia ficar bem. sentei sem consegui enxergar nada.
Coringa: Faz silêncio aí, parceira.- riu, o que esse homem tá fazendo aqui?
Eu: Noah não tá aqui.- avisei me deitando de novo, meu estômago com muitas borboletas.
Coringa: Eu vim te ver mesmo.- sentou na ponta da cama e deitou em cima de mim enfiando o rosto no meu pescoço.
Eu: Você tá bebado, melhor ir pra casa.- o cheiro de álcool se espalhava pelo quarto.
Ele nada respondeu e depois de um tempo começou a beijar meu pescoço e passar as mãos pelas minhas pernas.😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍
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complexo do alemão
FanfictionSou Ana, tenho 18 anos, moro desde que nasci no Morro Do Alemão. Sou Henrique mais conhecido por Coringa ou melhor O Dono Do Morro Do Alemão tenho 21 anos, comando o morro desde que meu pai morreu. Adaptada e recriada.