5. Preocupações

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Draco não sabia em que momento ele havia começado a se sentir tão fraco e doente, parecia estar de porre todos os dias. Depois de ter acordado tossindo durante a noite, e consequentemente tendo acordado seus colegas de quarto, Malfoy resolveu que estava na hora de falar com seu pai.
- Diretor- o garoto disse batendo na porta.
- Entre senhor Malfoy. No que posso ajudá-lo?
- Preciso ser dispensado hoje, diretor.
- E por que?
- Não estou me sentindo bem, preciso ir falar com meu pai.
- Posso ligar para ele e...
- Pessoalmente- Malfoy respondeu duro.
Dumbledore assentiu e assinou a dispensa que permitiria que o garoto faltasse nas aulas aquele dia, Malfoy agradeceu e saiu do escritório do diretor em direção a saída da escola.
- Sabe o motivo do Malfoy não ter vindo hoje?- perguntou Potter.
- Está preocupado Harry?- respondeu Hermione.
- Nao- mentira- Só curioso.
- Algum motivo específico para a curiosidade?
- Ta olha, não conta que eu te disse, mas na semana passada, no dia do jogo para ser mais específico, eu encontrei Malfoy passando mal no banheiro.
- Talvez ele só estivesse nervoso- Granger disse dando de ombros.
- Não, Hermione, tem algo a mais. Eu andei reparando nele nessa última semana, ele parece estar cada vez mais magro e pálido, nem me provoca mais.
- Acha que ele pode estar doente? Deve ser só uma gripe, Draco é exagerado, certeza que anda fazendo carinha de coitado só para chamar atenção.
Potter deu de ombros e voltou seu olhar para suas anotações, anotações essas que continham bilhetinhos passados de Malfoy para ele.
O último dizia:

"Estou cansado de brigar contigo, Potter.
Nossas brigas não irão nos levar a lugar nenhum, além de que seremos velhos amargurados com o passado.
Sinto muito por todas as vezes que te magoei, a verdade é que não conseguia encontrar forma melhor de esconder o quão apaixonado eu estou por você.
Assinado: D.M"

Harry devia admitir que ficou surpreso quando recebeu aquele bilhete, tanto por ter sido inesperado quanto por indicar que havia algo de errado com Malfoy. Ele estava na escola a três meses, e nesses três meses tudo se voltava ao Malfoy. Se Potter estava puto da vida, era culpa de Draco. Se Harry estava excitado, era culpa de Draco. Tudo era sobre Draco e isso irritava Harry.
Potter havia saído do armário e se assumido bissexual no começo do ano passado, foi bem recebido por todos. Ele estava com medo, pois aquela era a primeira vez que gostava tão fortemente de um garoto, em pouco tempo ele já havia sentido metade das emoções que ele poderia sentir ao lado de Malfoy.
- PROFESSORA SPROUT- gritou o moreno.
- Acalme-se senhor Potter. O que foi?
- Preciso ir ver a madame Ponfrey, meu estômago tá doendo sinto que posso colocar o café da manhã pra fora a qualquer momento.
A professora concordou e abriu a porta para o garoto, Harry saiu disparado pelos corredores, com sorte encontraria Malfoy saindo da enfermaria, ou não.

- Como posso ajudá-lo senhor Malfoy?- perguntou a secretária do pai.
- Preciso falar com meu pai, urgentemente- respondeu gaguejando e meio tonto, o rapaz tentava puxar o ar para si mas nunca parecia ser o suficiente.
A mulher assentiu e chamou o chefe pelo telefone, não demorou muito para que o homem viesse de encontro com o filho.
- Draco, por deus meu filho, o que aconteceu?
- Acho que é aquilo, pai.
"Aquilo", Lucius cambaleou para trás antes de pedir que sua secretária agendasse uma consulta urgente com o médico da família.
- Beba- o homem falou entregando um copo d'água para o filho- Vai te fazer sentir melhor.
Draco começou a chorar compulsivamente. Ele sabia o que aquilo significava, e não conseguia parar de se amaldiçoar por só agora ter encontrado o amor. Só agora onde tudo que ele menos tinha era tempo para amar.
Pai e filho abraçados sem se importar com o olhar das pessoas a sua volta, aproveitavam cada segundo daquele abraço, pois não sabiam quando "aquilo" poderia levar o garoto embora.

INFINITY- drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora