15. Dias cinzas

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Harry acordou suado e desesperado, havia sonhando com o namorado na noite passada. Correu para checar o celular na esperança de ter uma mensagem de Draco, não havia nada.

O desespero bateu em Potter, sua respiração aumentou e ele começou a ter calafrios, estava tendo uma crise de ansiedade, precisava se acalmar.

- Bom dia- o garoto disse ao chegar na cozinha.

- Bom dia Hazz, temos torrada e suco de laranja para o café, se apresse pois já estamos atrasados- Sirius falou tirando alguns papéis de cima do balcão. 

Nenhum sinal de Remus, ele não havia voltado para casa, constatou Harry. 


Mione: Hazz, bom dia, já recebeu as noticias?

Harry: Noticias? Que noticias?

Mione: São duas noticias ruins, qual você quer primeiro?

Harry: Hermione pelo amor, são oito da manhã e já tem duas noticias ruins?

Mione: Sim. Quer saber ou não?

Harry: Obvio!!

Mione: Onde você tá? Acho que você não vai reagir reagir bem...

Harry: No carro do Sirius, conta logo.

Mione: 1- Dumbledore morreu.

             2- Draco está no hospital, ele teve uma piora considerável na noite passada...


Harry engasgou-se com o ar, o peito ardia e as mãos estavam suadas. Draco estava no hospital e, apesar de isso ser o menos importante, o diretor estava morto.

Potter começou a ver as coisas girarem, o rosto empalideceu e um gosto amargo tomou sua boca.

- SIRIUS ENCOSTA O CARRO- o garoto gritou já abrindo a porta.

O mais velho freou o veículo de supetão alavancando o corpo de Harry para frente, o mesmo não tardou em abrir a porta e colocar todo seu café da manhã para fora. Naquela altura do campeonato ele já não sabia mais se estava apenas de ressaca ou nervoso.

- Ei, você está bem?- perguntou Sirius.

Potter assentiu.

- Tem certeza?

- Sim, Sirius, eu tenho certeza!- o garoto respondeu irritado antes de entrar no carro novamente- Podemos ir? Já estou atrasado.

Sirius deu de ombros e voltou para o carro, não sabia o que havia deixado o afilhado de tão mal humor mas também não questionaria. Seguiram o caminho silenciosamente até a escola, o maxilar de Harry estava travado e seus punhos cerrados. "Como aquele filho da puta teve coragem de não me contar que o Draco está no hospital?", pensava irritado.

- Tchau Harry- o padrinho do garoto falou.

Potter não se deu ao trabalho de responder, apenas bateu a porta e seguiu extremamente puto para dentro da escola. Ele queria gritar, queria falar com Draco, queria chorar e ir ver o namorado.

- Harry- falou Hermione- Você está bem?

O garoto voltou a cabeça para a amiga, chamas emergiam de seus olhos e sua respiração estava desregulada.

- Bem? Hermione meu namorado está internado e essa é a única informação que eu tenho já que o puto do pai dele não fez nem questão de me contar... e como você soube disso antes de mim?

- Minha tia foi a responsável pela internação dele, vi ela conversando com minha mãe hoje cedo e resolvi te contar já que não vi você surtando...

Harry suspirou irritado e disse:

- Obrigado. Preciso ir, nos vemos mais tarde- ele falou antes de sair.

Estava tudo dando certo, Draco estava melhorando e eles pareciam finalmente em paz... Então por que começou a dar errado novamente?

- Vida de pessoas com câncer é assim, senhor Malfoy, seu filho não pode escapar disso- disse o doutor Black.

- Qual é a melhor opção? Continuar com o tratamento ou... parar e esperar...- Lucius respondeu tremulo.

- O tratamento vai retardar o processo de avanço do câncer, mas não vejo futuro para ele... O câncer já chegou aos ossos e logo irá deteriora-los.

O loiro encostou a cabeça na parede e tentou se acalmar, ele precisava ser forte pelo filho.

- Acha que ele já está acordado?

- Vou checar e venho te avisar- Remus respondeu e seguiu em direção ao leito de Draco.

O garoto olhava para o teto em silêncio, mal se lembrava da noite passada, mas o pouco que vinha a memória era vergonhoso para Malfoy. Ele passou mal e delirou na frente de um dos pais de Harry, aquilo era péssimo e hilário; para quem visse de fora claro. Talvez devesse começar sua carta de despedida, mas ele não fazia ideia de como começaria ou terminaria... De fato, a carta era importante! Ele precisava dizer tudo o que sentia para aqueles que amava, desde seu pai até Zambini que era como um irmão para ele.

- Senhor Malfoy?- a voz suave de Remus ecoou pela sala.

- Sim?- o garoto indagou fraco.

- Como está? Seus sinais parecem ótimos, você parece ótimo!

- Não precisa mentir doutor, sei que estou morrendo e sei que esse tipo de coisa faz parte do processo... Mas eu não queria deixar minhas pessoas para trás...

Algumas lágrimas rolavam pelo rosto de Malfoy, Remus sentiu seu coração pesar, aquela era a pior parte do seu trabalho. O médico chamou Lucius, o homem não tardou a entrar e sentar ao lado do filho, afagando sua cabeça enquanto pensava sobre o futuro.

Namorado do Draco: Quando pretendia me contar sobre o estado do Draco?

- Quem é?- o rapaz perguntou ao perceber a feição azeda do pai.

- Talvez você deva responder suas mensagens filho.

- Não sei se quero encarar o Harry agora... Eu to com medo pai, medo pra caralho! Medo de ir e fazer ele sofrer de mais, medo de quebrar ele ao ponto de que ele nunca mais consiga seguir em frente...

- Draco, se tem algo que eu aprendi nesse ultimo ano é que as pessoas que amamos se vão quando menos esperamos e não podemos ter medo de falar para elas a verdade... principalmente quando a verdade define o futuro!

O garoto suspirou e estendeu a mão para que o pai lhe entregasse o celular. Inúmeras mensagens e chamadas perdidas de Harry e Blaise, nem sabia quem responder primeiro. Decidiu começar pelo amigo, a conversa fluiria com mais calma e tranquilidade, e isso aconteceu.

A conversa entre Harry e Draco seria longa e cansativa, não que Potter estivesse errado em se estressar e se preocupar... O moreno havia avisado Draco sobre seus esforços várias vezes durante a semana que passou, sabia que Harry se culparia por aquilo e não queria isso, mas, cada esforço extra daquela semana havia valido a pena, Potter sorria como uma criança ao seu lado e isso tornava os dias de Malfoy melhores.

Independente da reação do namorado, o certo era conversar com ele e contar sobre as expectativas do doutor Black sobre sua vida e acalma-lo sobre a situação da noite passada.

INFINITY- drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora