INFINITY- drarry

6. Limite de tempo

Talvez fossem as palavras de Malfoy, talvez fosse o jogo provocativo entre eles, talvez fosse o perfumo do loiro que embriagava Potter, ou talvez fosse isso tudo que fez com que em poucos meses Harry se apaixonasse pelo o seu "inimigo". Mas no momento, nada além de noticias sobre Malfoy importava.

- Tem certeza de que ele não veio aqui madame Ponfrey?

- Pela ultima vez, senhor Potter, eu me lembraria caso o senhor Malfoy tivesse vindo se consultar comigo.

Harry suspirou nervoso e saiu da sala, talvez fosse a hora de perguntar para um dos amigos de Draco, ou talvez Harry devesse parar de pensar sobre isso. Com certeza ele perguntaria para Blaise.

- Estou te dizendo, Ron, tem algo muito errado.

- Harry, seja sincero, por que desse interesse súbito pelo Malfoy? Tudo nesses últimos meses foi sobre ele, sobre as brigas de vocês e sobre os flertes de vez em quando. Por que?

- Nós não flertamos, vamos começar por ai, nós brigamos e depois fingimos que nada aconteceu. E, eu só estou preocupado pois acho que ele esteja realmente mal.

- E você se importa?

- Não... Mas também preciso saber. Ronald, você ama a Mione, né?

- Suponhamos que sim...

- Brilhante. Foi fácil para você aceitar que gostava dela? Não foi.

- E o que isso tem... HARRY JAMES POTTER, EU NÃO ACREDITO!

- Cala a boca! Pare de gritar, não quero que a escola toda saiba que talvez, mas só talvez, eu sinta algo além de desprezo pelo Malfoy.

O ruivo olhava para o amigo boquiaberto, dentre todas as pessoas da escola, Draco, era quem ele menos esperava ser o "crush" do amigo.

- Ele sabe?

- Não.

- Ele sente o mesmo?

- Sim...

Ronald murmurou um "ok" e saiu atônito ignorando os chamados de Harry. Potter encontrava-se mais uma vez sozinho e sem saber o que fazer, nem sabia se deveria fazer algo, por que ele se importava com Malfoy? Quando foi que o desprezo virou paixão?

Provavelmente tenha sido naquela vez que eles juntaram-se na aula de química e Draco foi extremamente amigável com Harry, ou tenha sido depois que eles se beijaram no armário onde guardavam os materiais de esporte. Se Harry desse uma volta no passado, ele veria que se apaixonou pelo loiro no momento em que o viu, mas também jurou odiá-lo a partir daquele instante.

Sobre o armário, ocorreu dois dias antes do jogo já citado. Era uma quinta-feira, os jogadores da sonserina já haviam treinado e os da grifinória estavam entrando em campo, Harry foi a mando de Katie buscar a bola para o treino e encontrou Draco guardando seus materiais.

- Precisa de ajuda, Potter?- perguntou o garoto.

- Preciso que você me de licença, Malfoy. Seu maldito cheiro me enjoa.

Harry lembra-se de que o rapaz aproximou-se com cara fechada e prensou o corpo dele contra a porta antes de falar:

- Meu cheiro te enjoa, Harry? Então por que você fica tão corado e sem jeito quando me aproximo de você?

- Por que...

Draco levou a mão até o queixo de Potter e levantou-o para que seus olhos se encontrassem, Harry não hesitou e colou os lábios dele com o de Malfoy, o loiro pareceu meio em choque antes de responder o beijo, mas logo cedeu e ambos ficaram por minutos ali, agarrados um no outro.

Mas aquilo já era passado, o importante era o agora, o que Malfoy tinha e como Potter poderia ajuda-lo?

- Harry- a voz grave de Zambini soou atrás do moreno.

- Blaise?

- Draco gosta de você, espero que saiba disso.

- Falando desse jeito até parece que ele vai morrer- zombou Harry.

- Nunca sabemos o dia de amanhã Potter- dito isso, Blaise saiu andando despreocupado.

"Malfoy está morrendo? Não, ele vai ficar bem independente do que seja... É só uma gripe, é...", Harry pensava tentando se acalmar, ele não poderia perder Draco, não agora.

- Muito bem, senhor Malfoy, me diga o que sente- o médico disse ajeitando seu caderninho.

- Hum- começou Draco- Não consigo respirar, tusso o tempo todo, toda vez que puxo o ar dói, ando enjoado e tonto o tempo todo e...- o menino hesitou por um momento- Toda vez que eu assuo meu nariz, sai sangue no... você sabe... catarro.

O médico ergueu a cabeça e respirou pesado.

- Tire sua blusa e sente-se na maca, por favor.

Malfoy obedeceu a ordem do doutor e sentou-se tímido na maca, o médico pegou seu estetoscópio e pediu para que Draco inspirasse, segurasse a respiração e suspirasse.

- Quero que faça uma radiografia do tórax, uma ressonância magnética e uma tomografia computadorizada, hoje mesmo se possível. Pode entregar essa receita com os pedidos para a recepcionista que ela irá avisar os médicos dos exames e assim que eu tiver os resultados te chamo.

Draco concordou cabisbaixo e vestiu-se novamente, o doutor pediu para que o garoto chamasse o pai e assim ele o fez. Tendo entregue o pedido da bateria de exames, o loiro sentou-se preocupado na sala de espera, pegando seu celular para responder as mensagens que não havia visto.

XXX: Malfoy, bom dia, é o Harry... Estou preocupado, como você está?

De repente, uma onda de felicidade subiu o peito de Malfoy e ruborizou seu rosto, por um instante, desde a morte de sua mãe, Draco sorriu verdadeiramente.

Draco: Estou bem, Potter, não se preocupe.

Hazz <3: Fico feliz em saber... Volta para a escola hoje?

Draco: Sim, por que?

Hazz <3: Quando chegar me encontre perto do lago no fundo da escola, por favor.

Draco: Estou fora da escola a algumas horas e você já esta morrendo de saudades? Pode deixar cicatriz, vou te encontrar em algumas horas.

Hazz <3: Eu te espero.

O loiro sorriu para o celular antes de desliga-lo, nunca havia tentado algo com qualquer garoto, mas Harry era diferente, o rapaz havia chamado a atenção de Malfoy quando eles se trombaram no corredor e desde então, Malfoy agia como um moleque de 11 anos que aporrinha a garota que gosta. Mas uma dúvida cruel cercava a cabeça de Draco, ele teria tempo para aproveitar esse amor adolescente? Ele teria tempo para amar e ser amado? Talvez ele fosse embora antes mesmo de poder beijar os lábios rosados de Potter de novo. Não, ele iria lutar! Iria lutar por aquilo, por eles e pelo sentimento, não ia se deixar ir embora antes de conhecer o amor verdadeiro.