INFINITY- drarry

17. Nossa canção

- Vou fazer a químio normalmente essa semana?- Draco perguntou ao ver Lucius voltando para o quarto.
O homem suspirou, os olhos ardiam e o peito queimava, como ele contaria pro filho que o tratamento não estava funcionando?
- Pai?
Lucius ignorou, apenas suspirou fundo e voltou o olhar para o celular.
- Já falou com o seu namorado?
- Não muda de assunto pai.
- Estou perguntando porque ele me mandou mensagem, não porque não quero responder sua pergunta.
- Sim, ja falei com ele- o garoto falou pesadamente- Agora me responda, vou continuar com a químio essa semana?
- Não... Você vai parar com a químio, Draco.
Os olhos azuis do garoto brilharam, aquilo poderia ser uma notícia boa no meio de tanta desgraça e sofrimento. Talvez ele tivesse melhorado tanto ao ponto de não precisar mais da químio, talvez ele pudesse viver uma vida normal ao lado do namorado... Talvez ele pudesse crescer, se tornar advogado, casar com Harry e adotar uma criança com ele.
Mas talvez o tratamento tenha sido interrompido por falta de eficácia...
- Por que?- perguntou nervoso.
Lucius respirou fundo, como ele falaria pro filho que o tratamento não estava surtindo efeito?
- Porque...- ele começou- Porque não... não tá dando certo, filho.
Draco nem se deu ao trabalho de responder, apenas começou a chorar e chorar. Ele já sabia que morreria mas, no fundo, havia uma pequena parte dele que preferia acreditar que sobreviveria! Uma pequena parte dele queria que ele vivesse o suficiente pra se casar e ter filhos, principalmente depois que conheceu Harry, ele queria que tudo desse certo.
Lucius havia discutido com Remus sobre a possibilidade de Draco fazer uma cirurgia para remover o pulmão afetado e colocar um novo no lugar, havia dito para o médico que estava disposto a dar todo o dinheiro dele para que o filho sobrevivesse, porém, Remus disse que com o estado do garoto, a cirurgia poderia matá-lo antes mesmo do câncer.
- Draco...
- Eu ainda tenho meu desejo especial... Desejo sair daqui e ir pra casa, ficar com o Harry o máximo de tempo possível e viver normalmente até o dia que eu for morrer.
O quarto ficou num total silêncio por alguns minutos, Lucius devia aquilo para o filho.
- Okay, arrume suas coisas, vou pedir sua alta.
O homem saiu do quarto e Draco começou a se vestir com a muda de roupas limpas que o pai havia deixado em seu quarto mais cedo. Provavelmente teria que ficar com um monitor e um soro conectados a ele durante aquela semana, mas estava tudo bem desde que ele estivesse em casa.
Já em casa, Draco foi para seu quarto com o auxílio de Lucius, o homem, por sua vez, havia contratado uma cuidadora para que ela ficasse de olho no garoto enquanto ele precisava trabalhar.
- Vai chamar seu namorado?
- Não, a gente brigou...
- Ótimo, um pouco de drama adolescente comum pelo menos- Lucius comentou risonho.
- Desde quando você sabe?- o garoto perguntou rindo.
- O que? Desde quando eu sei que você é gay ou desde quando eu sei como funciona um "drama adolescente"?
- A primeira opção.
- Ah Draco, eu não sou estúpido meu filho! Descobri quando vi a forma como você sorria para o telefone e quando eu te perguntava quem era, você apenas respondia com "um amigo, nada de mais", sei que se fosse uma garota você não veria problemas em me falar o nome.
- Você disse que eu sou gay mas eu poderia muito bem ser bissexual!
- Meu filho você é gay, muito gay! Sempre que você me apresentava uma namorada sua, não importa o quão bonita e legal ela fosse, você sempre terminava por motivos fúteis. "Não gosto mais dela pai, ela me beija de forma errada", e isso foi para todas.
Draco começou a rir, ele e o pai tinham poucos momentos de descontração, geralmente falavam sobre escola e trabalho um com o outro, era legal mudar de tópico de vez em quando.
- Preciso ir trabalhar, converse com o Harry, aquele garoto ama muito você.
Dito isso, Lucius deu um afago na cabeça do filho e saiu do quarto.

Hazz <3: Dray, me desculpe por ter feito vc pensar que era uma obrigação para mim! Vc não é, nem de longe. Eu amo passar meus dias com você, amo ficar horas e horas do seu lado, amo sair com você e te amo mesmo quando preciso ficar esfregando suas costas enquanto você vomita, não pq eu gosto de te ver vomitando (isso eu odeio) mas pq eu sei que isso faz com que vc se acalme e se sinta menos mal... Eu amo vc Dray, sinto muito por ter brigado cntg.