14. Nossa sinfonia

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Não consegui parar de batucar o dedo indicador no volante

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Não consegui parar de batucar o dedo indicador no volante.

— Você está nervosa?— ergo minhas sobrancelhas virando um pouco o pescoço para encara-lá.— Com valsar e tudo mais?— acrescenta.

— Tudo mais o quê?— indago com voltando minha atenção para o tráfego do início da noite.

— Os chocolates? Você comprou vários, lembro que disse servia para presente ou pedido de desculpas.— ela sorrir.— É um presente para Kit?

Tomei dez respirações profundas. 

— Ah! Isso é para lhe da energia.— desvio o olhar.— Na valsar, é claro.

Começo a tocar um lago dos cisnes com os dedos da mão esquerda contra o volante visualizei a partitura em minha mente em cores.

Azul.
Verde, roxo, verde, laranja.

— Não tem nada de errado em está nervosa, sabe? As pessoas costumam ficar assim quando gostam de alguém.

Pare de sentir.

Nervosa, sério? Eu não poderia me dá o luxo de me sentir nervosa.

Era por essa razão que havia visitado o clube de tiro ao alvo, imaginei esperançosamente que poderia dominar minha ansiedade eu sabia melhor do que ninguém que não funcionava assim.

Mas permanecia uma pilha de nervos, não conseguia parar de pensar nele.

Mesmo que estivesse lutando com todas as forças e incorporado tudo que havia aprendido para dominar a necessidade de está fixada em algo.

— Não mesmo.— essas palavras soam como uma mentira escorregando por meus lábios deixando um gosto amargo.

Desde o momento em que completei doze anos aprendi a manipular minhas manias normalizando-as o máximo possível, esconder as excentricidades da minha condição, reprogramar minha rotina imutável.

Mas não era boa em mentir, mas podia  muito bem fingir com uma expressão neutra que vinha praticando desde criança.   

— Dá pra vê que você tá mentido.— diz com um sorriso provocante.

— Eu não minto nunca.— digo categoricamente.— Nunca Melissa.

— Então me conte algo que ninguém mais sabe, algo sobre você, que tal? 

Ninguém sabe nada sobre mim, apenas o que vem acompanhado do meu sobrenome e o que as revistas sensacionalistas publicam.

Mas seria interessante compartilhar algo verdadeiro sobre mim, escolhi mencionar um dos meus preceitos inquebráveis.

— Eu não consumo Coca-cola, ou automóveis provenientes da BMW e Mercedes ou Kordak, Hugo boss totalmente fora de cogitação. — faço uma pausa e acrescento.— Muito menos Chanel.

Princess of IceOnde histórias criam vida. Descubra agora