Cria de Realengo.

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Realengo - Rio de Janeiro
Outubro de 2020
Refém - L7nnon, Maïa, John, Xamã


Maria Bella


Bufei mais uma vez ao tentar achar uma posição confortável para dormir, olhei o relógio e percebi que era 03:34, eu não conseguia pregar o olho de jeito nenhum. Dei graças a deus que amanhã era sábado, hoje na verdade, nem queria imaginar trabalhar virada no outro dia. Resolvi levantar e ir na cozinha beber um copo de água, desci as escadas e entrei na cozinha, enchi meu copo e observei Realengo pela janela.

— Perdeu o sono? — senti os meus pelos se arrepiarem com sua voz rouca, virei meu pescoço e encarei ele, uns dos meus motivo pra minha insônia.  Lennon.

— Eu nem achei o sono — dei de ombros, voltei olhar para Realengo. Percebi Lennon parar ao meu lado

— Foram tanto momentos bons aqui —olhei seu rosto que transmitia calmaria, seu olhar brilhava, meu coração começou a bateu mais rápido.

— É... sinto falta de ver você e o Leo jogando bola na quadra do seu Zé!

— Você assistindo, e eu roubando o seu sacolé da tia Rita — gargalhou

—Eu tinha vontade de te matar, sempre vinha no meu sacolé! Sendo que todo mundo estava comendo, mas não! O Lennon tinha que ir no dá Maria Bella —falei ironicamente

—Eu fazia isso pra implicar contigo, gostava de te ver irritadinha!

— Vai se fude, L7! — sorri de lado

— Isso é um convite? — levantou a sobrancelha direita

— Vai dormir, garoto! Eu hein — lhe dei um tapa em seu braço

Gargalhou, eu poderia ouvir a vida inteira sua risada, ela contagia e fazia meu coração acelerar. Deixei meu copo na pia e me virei para o mesmo, que já me olhava com um sorrisinho, revirei os olhos, pois sabia o que estava pensando.

— Eu ainda estou brava com você, então nem vem!

— Você sabe que ficar empurrada não vai te levar a nada né, eu já pedia desculpas — se aproximou

— Desculpas podem ser perdoas, mas a lembranças ficam — respondi olhando em seus olhos, engoliu em seco.

Ficou em minha frente me prendendo contra a pia, sentia sua respiração quente batendo contra meu rosto, agarrou a minha cintura, levou sua mão até a minha nuca e encostou as nossas testas.

— Me desculpa... — sussurrou com sua você rouca. Eu apenas assenti, vi sorrir de lado, levou seu dedão e fez carinho na minha bochecha, fechei os olhos apreciando seu toque. Roçou seus lábios macios nos meus.

— Tão linda... — sussurrou contra meus lábios

Juntou nossas bocas, nos beijamos com saudade, lento e com vontade um do outro, apertou minha cintura forte e me pressionou contra seu corpo mais ainda. Nos distanciamos pela falta de ar.

— Eu vou me deitar — sussurrei, o mesmo assentiu. Me distanciei do seu corpo, e o meu pedia por mais toque, me virei e olhei seu rosto que ainda assim seus olhos me encaravam direto.

— Boa noite, Lennin!

— Boa noite, Maria! — mais uma vez me arrepiei com sua voz rouca.

Virei meus calcanhares e segui para o meu quarto, me deitei na minha cama e suspirei, olhei a luz dá lua entrando pela janela. Anos se passam e os efeitos que Lennon causa em mim são os mesmo do começo.

Devo continua?

Realengo | L7nnon - REESCREVENDOOnde histórias criam vida. Descubra agora