Nunca é um adeus.

3.2K 209 28
                                    


Realengo — Rio de Janeiro
Maio de 2021


Maria Bella


Suspirei assim que fechei a minha última mala, passei o olhar pelo o meu quarto, estava repleto de malas e bolsas — É... está chegando a hora! — sorri assim que reconheci a voz, levei o meu olhar até a porta. Voltei para a minha casa com os meninos já tem uns dois dias, só percebi o quanto eles me faziam falta quando entrei dentro de casa novamente.

-- Isso me assusta — desabafei, Léo franziu a testa

— Porque? Não é seu sonho?

— É... sempre foi! — sentou-se em minha cama, de frente para mim — Mas sair da nossa zona de conforto apavora

Hi qual foi? Cadê aquela Bella que não tem medo de nada, aquele que sempre me incentivou mesmo na minha maior loucura?

— Acho que foi dar um pé na Lapa, e esqueceu de voltar — fiz careta, gargalhou.

— Bella, você é corajosa e determinada, eu me orgulho disso em você, nada vai te assustar lá. Você é forte — segurou a minha mão, sorri com esse ato — Vai dar aulas no Iunete Esteide! — franzi a testa quando ouvir Léo zombando da para EUA em inglês.

— United States, imbecil — revirei os olhos rindo

Ala já tá dominado o ingres, mané! — fiquei encarando o meu irmão, eu queria guarda cada traço seu.

— Vou sentir tanto a sua falta! — confessei de imediato

— Eu também — me abraçou forte — Eu também, peixinho — sorri ao escutar me chamar pelo apelido que me nomeou desde quando éramos pequenos, funguei sentindo as minhas lágrimas.

— Ah não, pode parando de chorar, Maria Bella — Matheus invadiu o meu quarto

— Vai catar um bagulho para você comer, Matheus. Tamo num mó momento de família aqui, rapá — Leo tacou um travesseiro na direção de Matheus, que desviou no reflexo.

— Choros e despedias são para depois, agora é Party. Falei certin né? — me perguntou

— Sim, Teuzin

Esquece pai, o homi tá estourado nos inglês — fazia gesto com as mão

— Eu mereço — revirei os olhos

Bora, bora poh! Matheus praticamente nos empurrou para fora de meu quarto, descemos as escadas e sorri vendo todas as pessoas importantes na minha vida. Por muita insistência da minha família e amigos por quererem fazer uma festa de despedia para mim, iria amanhã para LA, e como bons brasileiros tudo é motivo de festa.

Mas graças a Deus me ouviram  no meu único pedido, era não fazer um festão, só uma simples resenha mínima com os mais chegados — Nem acredito que você vai mesmo — me agarrou Mavi ao confessar

— Nem eu — suspirei — Mas é meu sonho, né?

— Com certeza, Maria Bella! — me garantiu firme, entregou-me um shot de tequila — Para a entrada!

Realengo | L7nnon - REESCREVENDOOnde histórias criam vida. Descubra agora