Realengo | L7nnon - REESCREVENDO

Perfeita.

Realengo - Rio de Janeiro
Novembro de 2020

Dilemma - Nelly, Kelly

Lennon

Me remexi na cama e abri meus olhos devagar, minha primeira visão foi da Maria dormindo agarrada em meu braço, fazendo um leve biquinho.  Sorri com essa cena, acabei fazendo carinho em seu rosto, mas bufei ao lembrar que não sou digno do seu amor. Maria Bella é a aquela mina que todo vagabundo quer ter ao lado, é companheira, amorosa, cuidadosa, quando alguém precisa é a primeira estender a mão. Ou seja perfeita.

Ela merece alguém que dedique cada segundo de vida ao seu lado, alguém que a ame por inteira e eu não sou esse cara. Minha vida não tem espaço no momento para relacionamento, estou no auge da minha carreira, shows lotados, música estouradas, estou vivendo do jeito que eu sempre sonhei e não quero me prender agora. Quero viver cada segundo.

Só que do mesmo jeito que quero viver ao máximo sozinho, também não consigo deixar Maria ir. Não me vejo sem ela ao meu lado, sou egoísta demais. Sei que uma hora ela pode se cansa do que temos e me deixa, só que eu não vou pensar nisso agora, vou viver até onde dá.

Maria Bella é a minha pessoa certa na hora errada.

Me levantei e fui ao seu banheiro, lavei o rosto e escovei os dentes com a sua escova mesmo, sai do banheiro e sorri vendo Bella garrada no travesseiro, beijei sua testa, sai do quarto. Desci as escadas e encontrei Matheus dormindo de boca aberta no sofá.

— Acorda, vagabundo! — falei lhe dando um tapa em sua cara, que acordou no susto.

— Porra, Lennon! — massageou sua bochecha — Pra que acordar o cara assim? — soltei um riso com a sua indignação, abri os armários da cozinha e peguei um remédio para dor de cabeça para Bella, deixei o remédio e um copo da água encima da bancada pra quando ela acordar.

— Pra me ajudar por a mesa do café! — bufou, mas me ajudou a colocar a mesa, logo Leozin acordou e se juntou a nós, estávamos gastando na mesa até que Matheus olhou um ponto fixo e começou a gargalhar muito alto. Acompanhamos o seu olhar e encontramos Maria com cara toda amassada e descabelada, mesmo assim continua linda.

— Para de rir alto demônio! — o repreendeu se sentando na mesa, massageou os dois lados da cabeça, Léo entregou o remédio e o copo da água.

— Toma o remédio, que vai passar — Leozin mandou

— Valeu! — sussurrou, tomou o remédio

— É nisso que dá querer beber que nem um maluca — Matheus ironizou

-- Tá começando a me dar trabalho depois de velha, Maria Bella? - questionou Leozin fingindo raiva. Bella olhou de cima a baixo com deboche.

— Qualquer coisa me coloca no paredãoou, que eu tenho a casa da minha mãe bem bonita lá fora — bebeu água fingindo não ligar, caímos na gargalhada. Ficamos manhã inteira gastando um com outros.

Realengo - Rio de Janeiro
Novembro de 2020

Já era final da tarde e estávamos os quatros jogados no sofá assistindo um filme qualquer, domingo é muito tedioso. — Ah que tédio — Maria, reclamou —concordei com a cabeça — Vamos fazer alguma coisas? - Bella perguntou olhando nos três.

— Caralho! Garota, que pique é essa? Bebeu até desmaiar e quer fazer alguma coisa em pleno domingo - disse Matheus indignado