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Patterson

Tasha e eu passamos o resto da semana visitando as escolas dos bairros central e arredores, em busca de uma boa escola para Ellie, mas, no fim, acabamos escolhendo mesmo a escola que Bethany está matriculada. É uma das melhores escolas particulares de toda Denver, e o fato de Bethany estudar lá, facilitará muito a nossa vida, porque sempre podemos contar com Weller ou Allison para pegar Ellie. Além do mais, ela fica apenas a algumas quadras do prédio em que moramos.

— Bom dia, Patty! — Entrego a xícara de café para ela. — Acordou cedo ou não dormiu? — Ela questiona após tomar um gole do café.

— Bom dia, Tash! Passei a noite trabalhando, devo ter cochilado por meia horinha. — Ela me olha com desaprovação.

— Já conversamos sobre você trabalhar a noite toda, Patterson, você vai acabar ficando doente.

— Eu vou ficar bem, Zapata, não se preocupe, eu já estou acostumada.

— Não vou cuidar de você se ficar doente, já disse.

— Fala isso da boca para fora. Eu não posso reclamar de uma dor de cabeça que você já fica toda preocupada.

— Entre eu ficar preocupada e eu cuidar de você, existe diferença, Chica. — Ela dá uma piscadela e termina de beber seu café. Então caminha até a geladeira para pegar as frutas de Nena.

— Aham, se você diz. — Pego a xícara que ela deixou sobre o balcão e levo para a pia. — Vai deixar Nena comigo?

— Não será ruim para você? Não vai te atrapalhar?

— Não, eu não tenho nada de importante para fazer fora de casa hoje e meu trabalho eu consigo fazer tranquilamente com ela aqui. Além do mais, vamos buscar Ellie às três.

— Tudo bem, então Nena fica com você e eu venho para casa no horário de almoço já para ficar e irmos buscar Eleonor. — Assinto. — Escolha o que vai querer almoçar e me avise, que eu trago pra gente.

— Tudo bem, Senhorita Zapata, estamos combinadas.

Após tomarmos café, Tasha vai para o seu trabalho e eu começo a organizar tudo na cozinha. Ao final, pego a babá eletrônica e vou para a sala, tentar começar a trabalhar um pouco.

Entretanto, não consigo me concentrar. Hoje finalmente Eleonor vem para casa e eu estou nervosa, e se ela não gostar daqui? Se ela não se acostumar comigo é com a Tasha? Ou se ela não se adaptar ao fato de que não terá mais as outras crianças por perto?

A maioria das pessoas podem achar que pelo simples fato de tirá-la do orfanato, garantir boa alimentação e uma cama quentinha, é a garantia de ela ficará bem e aceitará as mudanças numa boa.

Bom, as coisas não são bem assim, Eleonor tem uma rotina no orfanato, pode não ser das melhores, mas é a que ela está acostumada desde que tinha dois anos. Ela está acostumada a ter as outras crianças por perto, vinte e quatro horas por dia. Então, não, o fato de que eu e Tasha daremos a ela um novo lar e muito amor, não é garantia de que ela ficará bem e se adaptará a morar conosco. E vai me partir o coração se eu não puder ficar com a minha garotinha.

Tento novamente me concentrar no meu trabalho e deixar os pensamentos pessimistas de lado e até consigo por alguns minutos, mas então Elena choraminga no quarto e eu vou pegá-la antes que ela fique estressada.

— Hey, Luz da manhã, bom dia. — Me aproximo do berço e a pego no colo — Bom dia, princesa! — Converso com ela com voz infantil, que o nosso cérebro insiste em usar com crianças e animais, enquanto pego as coisas pra trocá-la. — Você dormiu bem, meu amor? — A coloco sobre o trocador para trocar sua fralda por um sequinha e trocar o pijama por um macacão fresquinho. — Prontinho, a princesa está sequinha e cheirosa, agora vamos te alimentar.

Hope [Zapatterson]Onde histórias criam vida. Descubra agora