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Alguns dias atrás

Patterson seguia Tess pelos corredores do laboratório, até chegar à estação de trabalho de Madison. Normalmente, quando Madison estava trabalhando em algum projeto novo e sigiloso, ela não ficava ali, ia para um anexo do seu laboratório, localizado em um prédio com endereço classificado e que poucos agentes tinham acesso.

Patterson esteve lá algumas vezes, foi assim que tinha conseguido a maior parte dos planos de Madison sobre a quinacrina. Ela tinha imaginado que a nova pesquisa de Madison também seria desenvolvida lá e, sem saber como as coisas aconteceriam diante da missão que tinha, ela precisava de acesso a essa nova pesquisa de Madison, pois tinha certeza de que seria algo tão medonho quanto a pesquisa atual.

Ela desconfiava que Madison confiava nela o bastante para levá-la até lá, mas, se isso não acontecesse, Patterson precisava pegar o cartão de acesso dela, para que ela pudesse fazer uma visita sem que Madison desconfiasse. Não seria nada simples.

- Obrigada por acompanhá-la, Tess, pode voltar ao seu trabalho. - A agente assente e se retira deixando as duas sozinhas. - Você já deve ter ouvido as boas novas, uma vez que Alicia foi te assediar assim que sai da sua estação de trabalho.

- Ela foi apenas levar um café para mim, uma forma de me deixar saber que sou bem vinda de volta, sweet.

- Eu não confio na Alicia, ela pode ser uma espiã atrás das nossas pesquisas. Mas enfim, isso não importa. O que importa é que estamos nos saindo tão bem que eu recebi autorização para uma nova pesquisa e como você foi uma das peças principais para o sucesso desta, quero compartilhar com você minha nova pesquisa e te convidar para ser pesquisadora ao meu lado.

- Sobre o que irá pesquisar agora, Maddie?

- A tecnologia tem avançado muito nos últimos anos e proporcionado avanços estrondosos no campo da medicina, principalmente no campo da genética. Além disso, casais LGBTQI+ também estão tendo mais liberdade para construírem suas famílias. Muitos desses casais não poderiam ter filhos biológicos sem o uso de uma barriga de aluguel ou doação de células reprodutoras. Alguns pesquisadores têm insistido que em uma década o uso de úteros artificiais poderiam ser realidade.

- Útero artificial?

- Sim, é uma ideia e por enquanto existe apenas na teoria. - Patterson se sente zonza, se Madison tiver acesso a tecnologia para isso, seu plano de eugenia atingiria o auge e seria desastroso em tantos níveis. - Tess e eu, há alguns anos, desenvolvemos uma pesquisa nesse campo. Sempre pensamos que não sairia do papel e que acabaria sendo apenas mais uma utopia de um mundo mais inclusivo. Mas, quando a Chefe do Comitê Federal de Desenvolvimento Humano aprovou o meu pedido para pesquisar métodos disso se tornar realidade eu mal pude acreditar.

- Há, realmente, a chance disso funcionar?

- Bem, já conseguimos manter vivo e ajudar no desenvolvimento, bebês que nascem super prematuros, então estamos confiantes de que seremos capazes de desenvolver algo que possa ser usado desde a fecundação de um óvulo até o estágio final de desenvolvimento fetal.

- Uau.

- Eu sei, é incrível o quanto o mundo está mudando e o quanto a tecnologia tem nos ajudado. - Madison segura a mão de Patterson e a leva até o seu computador e então, com um comando, partes da pesquisa que está em desenvolvimento, surge na tela. - Ninguém, no mundo inteiro, tem o seu QI e a sua capacidade em programação e tecnologia. Eu sou Biomédica, com especialização em biotecnologia, Tess é neuro e geneticista. Se formarmos uma equipe, tenho certeza de que vamos conseguir êxito em menos tempo do que o estimado.

Hope [Zapatterson]Onde histórias criam vida. Descubra agora