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Ben

Me distraí olhando as ruas, ela estacionou e saiu do carro apresentada vindo abrir a porta pra mim. Fiquei confuso, ela pegou minha mão entrelaçando nossos dedos.

— Vamos — meu coração deu um salto e foi como era antes por um segundo. Sai do carro sorrindo como um bobo.

Então olhei para frente, tudo fez sentido, meu sorriso morreu. Meredith está me segurando para não fugir, ela é com certeza horrível e sabe disso. Nunca existiu tal mente diabólica.

— Odeio você com todo o meu coração fudido! — Resmunguei enquanto ela me puxa para entrar na loja. E o pior é que ainda sinto os batimentos do meu órgão traidor.

O lugar não tem muitas pessoas, mas é bem conhecido e movimentado. Pensei seriamente em sair correndo quando vi a tesoura, me coloquei na sua frente nervoso.

Apontei para o lado, ainda segurando a sua mão:
— Não me peça para fazer isso, qualquer coisa…

— Quem disse que estou pedindo? — Seu bom humor me causa arrepios. — Eu duvido…

— Sua maldita, não termine essa frase!

— Eu duvido que você corte o cabelo enquanto faz uma tatuagem — morde o lábio indignado com sua capacidade de ser tão fria, e mais ainda com um lugar como esse que oferece dois serviços. — Nem pode me criticar, quem criou esse monstro foi você!

Me afastei afundando os dedos no meu cabelo, meu lindo e querido cabelinho. Essa garota sem coração vai me levar a ter fios brancos antes do tempo. Foi empurrado para uma cadeira, assiste ela conversa com uma mulher.

— Espera, você sabe o que vai acontecer comigo se a minha mãe descobrir que fiz isso? — Tive que perguntar. — Ela vai me botar para fora se fizer uma tatuagem, dizendo que o pobre filho dela está nas drogas!

Ela apenas concordou ignorando qualquer pedido meu. Meredith leva esse jogo muito a sério, tanto que é quase impossível ganhar dela.

— Se não quer, não vou te obrigar — disse com aquele sorriso e o batom vermelho.

Suspirei ainda no mesmo canto.

— Ok, então qual desses você quer docinho? — Me entregou um livro com vários desenhos, indo conversar com o cabeleireiro logo em seguida.

Não gostei de nenhum, folhei, mas sem encontrar nada bom. Sua mão enxerida pousou na frente de um dos desenhos.

Uma serpente.

— Faz esse na mão! — Pediu animada, mais até do que a pessoa que iria fazer, no caso eu.

— Tá pedindo para eu fazer uma tatuagem de você? — Puxo o livro de desenhos e começou a me bater com ele, encolhi os ombros. — Ei, calma, não disse que não faria!

Quando ela parou foi porque a funcionária pediu. Toquei a ponta dos meus cabelos uma última vez, sei que vai crescer de novo, mas não importa. Meredith escolheu o meu corte sem me mostrar, fiquei ansioso. Um homem amarro um avental no meu pescoço, vi ele pegar uma tesoura e um pente.

Quase chorei quando a mesma mulher de antes ligo a máquina para fazer a tatuagem na minha mão direita. Segurei a mão da Meredith pelo lado esquerdo, sem me importar.

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