Guerreiros do Apocalipse

Naufrágio no Triângulo das Bermudas - Parte 2

Após receberem passagens marítimas, Alex e os demais resolveram tirar alguns dias de folga em um imenso cruzeiro luxuoso. No entanto, a viagem havia sido planejada pelo segundo príncipe infernal, o qual almejava estabilizar um portal dimensional nas águas do Triângulo das Bermudas.

Diante de toda a confusão que estava acontecendo, Daimon aceitou fazer uma parceria temporária com o líder do 14° esquadrão, a fim de encontrar seus amigos no decorrer do naufrágio do Dreamline Sea Cruise.

A origem de um estranho barulho vindo dos arredores, contudo, chamou a atenção do rapaz encapuzado. Espiando com cautela, ele encontrou diversos demônios com escamas esverdeadas e estes vagavam de forma desajeitada enquanto manchas de sangue envolviam suas cinzentas vestes maltrapilhas, as quais possuíam um forte odor de peixe podre e eram vagamente sustentadas por cordas trançadas em seus largos quadris.

— E agora? — sussurrou Daimon, observando o corredor em sua frente. — O que faremos para fugir daquilo?

Pouco mais de quarenta criaturas marinhas e antropomórficas achavam-se reunidas na única passagem disponível. Sendo assim, os jovens guerreiros perceberam que seria uma verdadeira missão suicida enfrentar uma horda infernal sem um breve planejamento.

— Amor, você poderia criar um escudo de invisibilidade para nós passarmos no meio dos monstros? — Alex perguntou para Gwen, falando o mais baixo possível.

— Apenas sejam cuidadosos e não façam barulho. — respondeu ela, disposta a criar a proteção ideal para todos.

— Não seria melhor detoná-los de uma vez por todas? Eu não tenho paciência para ficar apenas na defensiva. — o encapuzado rebateu, preparando-se para confrontar os demônios da Arronoth Sect.

— Estamos no mesmo barco. Se um cair, todos caem juntos! — disse Alex, com um olhar demasiadamente severo para o novo aliado que mais parecia um rival. — Daimon, podemos não pensar da mesma forma, mas agora somos uma equipe. Se você quiser enfrentar aquelas coisas, saiba que irá colocar em risco tanto a sua vida quanto a nossa.

Ambos ficaram se encarando de maneira furiosa e era quase como se fagulhas imaginárias de fogo vívido pudessem envolver suas auras divergentes. Daimon bem que queria resolver as coisas através de violência, mas se viu obrigado a cooperar com Alex, colocando suas vontades em segundo lugar para o bem da pequena equipe.

Posteriormente, Gwen criou uma barreira invisível e todos começaram a caminhar no meio dos inimigos enquanto evitavam fazer qualquer tipo de ruído. Tamanha proximidade com os demônios resultou em uma mútua apreensão, somada ao ritmo respiratório descompassado e dos batimentos cardíacos irregulares dos quatro guerreiros, que enfrentaram passos dificultosos devido ao pouco espaço disponível, além da leve inclinação presente no corredor.

Quando o grupo parecia livre do perigo, o escudo invisível começou a apresentar instabilidade em razão da força magnética e sobrenatural do Triângulo das Bermudas. Com suas presenças reveladas, os demônios cercaram o quarteto e um confronto direto teve início, sucedendo na rápida quebra da formação dos humanos através de vários dardos mágicos do elemento água que as criaturas criaram com ambas as mãos, ao mesmo tempo que abriam suas asas de dragão a fim de expressarem domínio territorial.

Gwen e Alex foram atingidos pelas ondas de ataques, mas o rapaz protegeu sua namorada em um sagaz movimento giratório enquanto se dispôs a colocar o próprio corpo como alvo principal. Na tentativa de amortecer a queda, Alex fez a jovem de cabelos rosados cair por cima dele e esta o abraçou como forma de gratidão, alívio e refúgio, sabendo que sempre contaria com o altruísmo de seu amado.

A fim de proteger o casal que ainda estava exposto no campo de batalha, Levi criou uma nevasca de gelo por meio de seu sopro para ofuscar a visão dos oponentes, logo obtendo a oportunidade de todos escaparem em segurança. Daimon, porém, ficou impaciente ao contemplar as criaturas se levantando uma após a outra, em simultaneidade ao desejo de revanche que eles demonstravam em seus grandes olhos redondos.