Guerreiros do Apocalipse

A humanidade após a queda - Parte 2

Ele sentiu algo ultrapassando seu corpo e uma dor insuportável o envolveu completamente. Sua visão ficou turva e antes de desequilibrar-se, o rapaz de cabelos encaracolados pôde ouvir Gwen gritar desesperada enquanto corria em sua direção, assim como o restante do grupo. Percebendo os pingos gelados da chuva tocando o seu rosto, Alex foi envolvido pelo silêncio absoluto e por uma estranha paz em seu interior.

— Essa é a última sensação de alguém antes de morrer? Eu... Não quero morrer aqui... Meus amigos... Precisam de mim... — balbuciou ele, perdendo lentamente a consciência.

Após pensar nisso, Alex deixou uma última lágrima escorrer e então fechou os olhos, fazendo com que a morte tomasse conta do seu corpo.

***

— Alex, não me deixe! Por favor, acorde! — desesperada, Gwen gritou até perder o fôlego.

— Seja rápido, Timmy. Faça algo! — Zain exclamou, perplexo ao presenciar a morte de um companheiro.

— Não adianta! Estou tentando de tudo para estancar o sangramento dele, mas não sinto nem o pulso... Ele... Morreu! — murmurou o ruivo, frustrado e com a voz embargada.

A batalha, por sua vez, continuou sem cessar e o restante do esquadrão enfrentou uma numerosa horda de demônios. Enquanto Cerise bombardeava os oponentes através de uma bazuca, Levi lançava labaredas giratórias em todas as criaturas ao seu redor. Mesmo que estivessem demasiadamente abalados com a situação de Alex, todos eles deveriam proteger os humanos resgatados o máximo possível.

— Precisamos sair daqui! — Albea sugeriu, golpeando o chão fortemente a fim de criar uma enorme cratera para atrasar os inimigos.

***

Tudo era escuro, vazio, solitário...

— Onde estou? Como vou sair desse lugar? Tem alguém aí? — Alex ficou confuso, vagando sem rumo.

— Sua alma ainda está presa à Terra. Ao que parece, você não conseguiu desligar-se de seu corpo físico... — na escuridão, uma voz feminina surgiu.

— Por favor, apareça! O que está acontecendo? — perguntou ele, olhando para todas as direções.

— Considere-se cativo pelo magnetismo terrestre. Você não se desprendeu do apego à existência que já se encerrou. — a voz misteriosa respondeu a pergunta, em meio a penumbra.

— Quem está dizendo isso? — indagou Alex, dando três passos para trás.

— Sou uma ceifeira e vim conduzi-lo ao seu destino final. — uma figura feminina apareceu, era pálida e tinha longos cabelos lilás, além de segurar uma foice avermelhada em uma das mãos.

— Eu quero sair daqui! Preciso voltar para onde eu estava antes! — ele implorou para a mulher, encarando o olhar vazio dela.

— Você terá a oportunidade... — disse a ceifeira. — Parece que você morreu por engano. Deveria ter sido seu amigo Timmy, mas uma força desconhecida mudou o rumo das coisas de maneira estranha.

— Morri por engano? Como assim? O que Timmy tem a ver com isso? — ainda atônito, Alex encheu-se de dúvidas. — Por favor, me ajude!

— Geralmente isso não acontece com frequência, você está com sorte hoje... Venha comigo! — ela começou a caminhar e o jovem a seguiu.