A dimensão espiritual

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O desfecho da Convenção de Bruxas resultou em um completo desastre. Tendo seus disfarces revelados, Alex e os outros quase foram capturados diante dos inúmeros ataques mágicos lançados pelas adversárias.

No meio da confusão, nenhum deles percebeu o real perigo ali presente, pois um portal dimensional surgiu através de um pentagrama esotérico, sugando parte dos guerreiros junto ao general Harry para um lugar inteiramente desigual ao planeta Terra.

De forma destemida, Zain e Aleister entraram no portal, encontraram o restante da equipe e depararam-se com um túnel cósmico em tonalidade azul, constituído por feixes multicoloridos que se moviam por meio de constantes curvas iluminadas, fazendo os humanos terem a sensação enjoativa de flutuarem dentro de um vácuo espacial através de uma montanha-russa interestelar.

Repentinamente, o túnel transformou-se em uma atmosfera umbrosa e todos começaram a cair de uma altura elevada, em grande velocidade. A queda seria fatal caso uma estranha criatura não tivesse surgido no céu, dando ao grupo uma pequena esperança diante das atuais circunstâncias.

— Que lugar é esse? — Suzuka não reconheceu aquele ambiente, pois era o oposto do mundo que conhecia.

— Será o inferno? Garanto que aqui não é o céu. — em uma tentativa falha, Albea quis aliviar a tensão.

— Eu acho que... É confuso explicar, mas isso parece uma dimensão paralela! Um mundo fisicamente inacessível, semelhante a outros universos ou realidades alternativas. — Aleister explicou, ainda confuso.

— E como sairemos daqui? — intrigado, Alex engoliu em seco.

— Não sei... Realmente não sei... — quanto mais o feiticeiro de cabelo azul marinho tentava encontrar respostas, mais dúvidas envolviam sua mente.

— Estamos ferrados! Nunca imaginei que iria morrer assim! Nem na hora da morte eu tenho paz... — aborrecido, Levi praguejou.

— Acharemos um jeito! Tenho certeza que isso não acaba aqui! — em seu interior, Zain tinha esperanças de que tudo acabaria bem.

O animal gigante continuou voando pelo céu tenebroso, aparentando ser a única coisa que poderia manter o grupo vivo em um peculiar território inexplorado.

A ave lilás tinha um corpo incomum e os seus pés tinham dedos desiguais, onde dois deles eram dispostos para frente e um ficava em posição contrária, voltado para trás. Sua cauda ondulada deslizava majestosamente junto ao vento, enquanto seu bico vermelho realçava o olhar vazio que possuía.

O pescoço da distinta criatura era longo e curvado, com uma vasta quantidade de plumagens espinhosas ao seu redor. Voou pela atmosfera umbrosa vigorosamente, com seus impetuosos movimentos de asas que pareciam fazer o chão tremer.

— Olhem aquilo! — Gwen apontou na direção do chão e quando o restante dos integrantes observaram o que estava embaixo deles, encheram-se de fascínio em razão da paisagem exótica.

Todos contemplaram uma vasta vegetação conífera e perfurante, flutuando sobre uma água opaca e cinzenta, em simultaneidade ao ambiente peculiar que desafiava as leis da gravidade. Tamanha imagem estendeu-se além do horizonte, provocando reações diferenciadas em cada guerreiro.

As meninas olharam o cenário com admiração enquanto os meninos olharam com certa desconfiança. A ave lilás resolveu subir para o alto no intuito de desviar das imensas árvores que atrapalhavam o percurso, mas o céu ficou violento e intensos relâmpagos surgiram, acertando em cheio sua asa direita e conduzindo-a para uma queda brusca.

Todos ficaram desesperados diante da descida turbulenta e quase sem escapatória, fazendo seus corações baterem de maneira mais acelerada. Através disso, a equipe presenciou um pânico mútuo congelando seus ossos, mas antes de chocarem-se com o chão, o pássaro excêntrico deu um voo rasante, mesmo tendo suas asas pegando fogo.

Guerreiros do ApocalipseOnde histórias criam vida. Descubra agora