Início da convergência cósmica

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Um portal dimensional trouxe o 14° esquadrão para um universo distinto e que também havia sido prejudicado pelo apocalipse demoníaco. Após uma desafiadora sequência de obstáculos, restava escalar o pico dos mortos, lugar em que os humanos teriam a oportunidade de regressar para casa através de uma convergência cósmica.

— Vocês estão prontos? — Alex perguntou e todos confirmaram, partindo em direção ao portal que logo se abriria na atmosfera dimensional. — É agora ou nunca!

Uma grandiosa floresta inundada, no entanto, separava a equipe do destino final e caso quisessem sair daquele universo, todos precisavam cruzar os incontáveis quilômetros de mata densa, onde as raízes ramificadas das imensas árvores ficavam submersas em uma água cinzenta e as folhas ressecadas farfalhavam mesmo sem qualquer sinal de ventania.

Cercada por uma neblina sufocante, Albea ficou frustrada quando percebeu que seria inútil tentar achar uma saída, fazendo o nevoeiro ali presente se intensificar. Nitidamente, a floresta estava reagindo à ansiedade dos viajantes e Alex bem que tentou acalmar o grupo, porém não obteve resultados satisfatórios.

Somente Harry e Elektra, que eram os mais experientes dentre os integrantes da equipe, contribuíram para que a serenidade fosse mantida em meio aos sentimentos negativos. De súbito, sons de pegadas pesadas oscilaram a água de modo violento e uma silhueta colossal surgiu, pertencendo a uma besta quadrúpede que tinha chifres parecidos com galhos retorcidos, em simultaneidade ao seu olhar assustador que destacava-se dentro do nevoeiro através de um brilho amarelo.

Tal como o rugido imponente de um leão, o espectro bestial conseguiu dissipar parte da névoa ao seu redor, revelando seu rosto deformado que pendia uma pele flácida para baixo. Depois disso, Alex e os demais foram perseguidos pela criatura, a qual fez tudo estremecer conforme suas pegadas tocavam no chão.

Em meio aos barulhos constantes, outros espectros foram atraídos e logo cercaram os viajantes de outro mundo. Uma das criaturas, sendo a mais traiçoeira entre as demais, tinha o corpo revestido de espinhos e suas costelas estavam à mostra, envolvidas por um fogo obscuro.

Decidido a combatê-los, Alex usou parte significativa de sua dádiva espiritual por intermédio de dardos flamejantes. Estes eclodiram junto à uma luz alaranjada e produziram uma avassaladora explosão, a qual entrou em contato com os corpos dos inimigos e causou combustão instantânea.

O estrondo fez o nevoeiro desaparecer e a enigmática floresta resolveu mostrar um caminho seguro para que todos prosseguissem. Antes de encontrar a saída, a equipe descansou em uma tranquila clareira e Suzuka começou a dividir os últimos suprimentos que Elena havia entregado dois dias atrás para eles, constituídos por frutas triangulares de cor rosada e garrafinhas com água fresca.

Embora não fossem suprimentos suficientes para acabar com a fome de todo mundo, os itens foram divididos em pequenas frações e tornaram-se a única fonte de sustento para que os guerreiros recuperassem um pouco de suas energias.

Posteriormente, todos adormeceram enquanto abrigavam-se dentro de um vasto escudo invisível criado por Gwen. Apenas durante o raiar do dia seguinte, eles seguiram rumo ao destino final e compartilharam mútua felicidade quando saíram da floresta inundada, além de avistarem o gigantesco pico dos mortos mais de perto.

A altitude era tão notável que desaparecia em meio às nuvens tempestuosas que envolviam o topo da montanha, porém o que mais chamava a atenção dos viajantes era a vasta quantidade de rochas íngremes e pontiagudas que estendiam-se desde o firmamento acobreado até os desfiladeiros hostis que guiavam para uma travessia ameaçadora.

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