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-Desculpa--minha mãe diz.

Eu franzo a testa.

Ela aperta o botão para ligar a cafeteira e eu observo com muita atenção.

-Desculpa por ter sido tão dura com você ontem--por fim disse.

Era sempre assim.

Ainda estou com raiva, ao menos um pouco.

Sei que a culpa não é toda dela, mas magoada com certeza estou.

Eu achei que seria difícil dormir essa noite para poder ir à escola hoje. Mas por um milagre, tive uma noite de sono tranquila. E mesmo tendo relaxado, as minha olheras não haviam ido embora.

-Você ficou legalzinha com o cabelo cortado--meu irmão comentou enquanto subiamos a escadaria da escola--não me lembrava de te ver assim antes.

-Isso aí foi um elogio?--o olhei e ri fraco.

-Não vou ser eu que irei inflar seu ego.

Dei um soquinho nele e meu sorriso desapareceu quando vi Yeonjun encostado no tronco da árvore - a mesma que ele me salvou de levar um encontrão outro dia - com Gaeyoon na sua frente.

Ela parecia falar algo para ele que não estava tão interessado. Virei de direção quando ele pegou no rosto dela.

Qual é, não vou ficar vendo isso.

Minha única dúvida é:

Ele sabia que eu ia me apaixonar quando me beijou?

Por que meu coração fica tão desesperado ao vê-lo?

-Te vejo na saída--Jaemin acenou antes de ir pro rumo dele.

Suspirei e fui pegar meus livros no armário.

-Oi--Jeno se aproximou todo sorridente.

Esses Lee's insistem em me atormentar.

-O que você quer?--fechei o armário com força.

Ele olhou para a porta que ainda tinha o meu toque e passou a língua pelos dentes.

-Quer um pirulito?--tirou o doce do bolso do uniforme.

-Tá envenenado?--perguntei, desconfiada.

-Jamais--piscou um olho--te vi aí tão tristinha e resolvi te agradar. Quero animar seu dia--sorriu parecendo ser sincero.

-Falando assim, você até parece menos babaca--cruzei os braços e olhei na direção oposta da de Jeno--não posso me deixar enganar.

-Todos os dias eu renasço de uma forma diferente--se gabou.

-Okay então, fênix.

Rimos.

-Vai querer?--balançou o pirulito.

Eu não tive tantas oportunidades de ficar próxima dele, mas agora, ele parecia totalmente diferente daquele que andava por aí.

Peguei o doce mas ele segurou firme sem larga-lo.

Nossos olhares conversaram por alguns segundos antes dele sorrir e dizer:

-Nos vemos depois, linda--mexeu no meu cabelo.

Com o pirulito em mãos, deixei um sorriso escapar, o guardando no bolso.

Mal entrei na sala e ja recebi trocentos olhares direcionados à mim.

Azul de Pérsia [Choi Yeonjun]Onde histórias criam vida. Descubra agora