Capítulo 3 O MENINO PERDIDO

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Três dias se passaram, o menino que parecia um nobre a pouco, agora mais parecia com um moribundo maltrapilho. Estava com as roupas sujas, imundas. E o menino estava sentindo-se como nunca. Tão sozinho, tão perdido...

Astra estava caminhando por uma floresta, sem rumo, seus passos eram vagarosos e sem pressa alguma. Estava com fome e cansado. Mal tinha forças para falar, ao seu lado uma estrada não muito bem definida de terra, passavam alguns viajantes, fossem eles cavaleiros, carroças, comerciantes ou somente andarilhos.

O menino estava tão faminto que começou até mesmo a pensar em comer qualquer planta que lhe parecesse comestível. Os pés estavam completamente destruídos, andou por tanto tempo que havia sangue saindo deles. Não se aguentou mais de pé caiu de joelhos na terra e começou a chorar novamente. Não tinha para onde voltar, nunca assou tanta necessidade e além de tudo, era apenas uma criança, não tinha como cuidar de si mesmo. Ainda assim, as memórias felizes que tinha com a família não saíam da cabeça, mas eram interrompidas pela imagem de todos o encarando com um olhara como se ele fosse apenas um verme. Usando o pouco da força que tinha, pôs se a andar novamente.

Entrou na floresta usando o pouco de força que ainda tinha, procurava desesperadamente por alguma frutinha que pudesse comer. Passou um tempo procurando e não teve sucesso. Desistiu e sentou-se com as costas jogadas sobre uma árvore. Agora as esperanças do menino já haviam ido de vez embora.

— Hum? O que é aquilo?

­— É um elfo, ó!

— Como foi que essa porra veio parar aqui?

— Vamos ver se tem algo de valor.

Três vozes conversavam entre si, mas Astra não conseguia distinguir, mas conseguia manter-se acordado

— Ei o que você ta fazendo aqui moleque?

O menino não conseguia sequer enxergar direito, quanto mais falar

— Hmmmmmm... Disse com dificuldade

— Ei! Ouviu o que eu falei? Deu um chute no garoto com força a ponto de ele arregalar os olhos e cuspir saliva. — Responda a minha pergunta seu merdinha.

— E... Ele tentou novamente, mas ainda assim não conseguia.

Um dos três começou a pisar em cima do seu rosto, amassando a bochecha com o chão, quando apenas isso já não o satisfazia, começou a contorcer o pé para que o menino sofresse mais. O problema mesmo era que Astra não conseguia reagir. O homem ria enquanto machucava o elfo

— Já que não vai responder, vamos nos divertir um pouco!

O três começaram a espancar o garoto. Recebeu um chute no rosto que o fez cuspir sangue, seus óculos estavam em frangalhos, as vestes que já não estavam boas, mas agora, estavam completamente irrecuperáveis.

— Será que se você morrer aqui alguém vai sentir sua falta moleque? Perguntou uma das vozes.

Aquilo doeu mais do que qualquer agressão que fizessem contra ele, uma lágrima correu dos olhos pela bochecha.

—UH? Ele ta chorando? FUFUFUFU, entendi. Realmente ninguém se importa com você.

— HAHAHAHA. Riu o outro

—É uma pena mesmo, bem vamos embora, já enjoei disso aqui e não conseguimos porra nenhuma.

O menino ficou um pouco aliviado por dentro pois os outros dois concordaram e partiram. Como diabos tinha encontrado ele na floresta? Bom, isso não importava agora, precisava ao menos ficar vivo e estava bem longe disso, se algum animal viesse atacá-lo, certamente seria morto alí mesmo. Mas não conseguiu, ele simplesmente desmaiou.

A jornada de AstraOnde histórias criam vida. Descubra agora