CAPÍTULO 4 UM NOVO COMEÇO

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Passaram-se 3 dias desde que Astra acordou na casa de Olivia. Ele ajudou muito ela durante esse tempo, aliviou todo o peso que ela tinha nas costas para carregar sozinha. Estava aprendendo a ordenhar vacas, dar comida para os porcos, colher ovos das galinhas, dentre outras atividades que requeriam a atenção dos dois.

Na noite do quarto dia que ele estava morando lá no jantar por algum motivo, Olivia parecia mais animada que o normal.

— Vamos ter algo especial hoje?

— Oh sim

— E o que é?

— Não posso te falar agora, é uma surpresa.

— Uma surpresa...

O Jantar tinha sido servido, ela aparentemente havia usado mais dinheiro do que o de costume naquele jantar, é como ela disse, era especial.

— Olivia, você fez comida demais! Digo, é maravilhoso, mas e quanto ao resto do mês?

— Não há problema, eu quero fazer com que hoje seja um dia muito especial Astrinha.

Naquele dia, havia strudel de maçã, um pouco de carne, geleia de morango, dentre outras gostosuras. Ela ao invés de comer encarava Astra com um sorriso gentil.

— O que foi... Eu... Eu estou fazendo algo errado? Disse de boca cheia.

— Não Não, nada disso. É que... bem... Eu andei pensando se... Sabe? Sobre quando você for...

— Oh não se preocupe, eu vou sair essa semana ainda, não pretendo atrapalhar mais ainda sua vida, eu sinto muito por todo o transtorno que eu causei.

— Não Astra, você não causou problema nenhum é que... — A chama da vela bruxuleou — Eu gostaria muito que você ficasse aqui comigo, que não fosse embora.

Astra ficou surpreso com a proposta, ficou de olhos arregalados. Quem sabe isso não poderia ser um recomeço para ele? Quem sabe aquilo não poderia ser melhor para ele? Ficar com Olivia não era uma ideia ruim, na verdade parecia-lhe muito bom.

— Olivia... Eu... Eu não sei nem o que dizer...

A menina começou a lagrimar levemente, levantou-se da mesa e foi de encontra a cadeira do menino, abraçou-o.

— É muito bom ter você por perto...

— Eu vou ficar... Disse ele de olhos fechados.

Quando o sol raiou, estavam os dois. Deitados debruçados a mesa, conversaram até cair no sono. Astra se levantou e foi lavar o rosto, a vela que estava a mesa, estava completamente derretida e já não havia mais fogo. Quando olhou pelo espelho viu o rosto cansado, mas estava feliz, era um cansaço por ter trabalhado, olhou paras as mãos de Olivia e viu que a menina tinha a mão mais grossa que a dele, ainda sim, era mãos bem femininas. Ele segurou a mão dela, botou no próprio rosto e murmurou "Obrigado".

Foi trabalhar. Pegou uma enxada e começou a arar a terra para fazer algumas plantações que Olivia costumava cultivar. Mesmo com o frio da época do ano, ele sentia calor, estava suando, era muito esforço que tinha de fazer durante a manhã. Passou mais um tempo trabalhando, já tinha se acostumado com as roupas velhas do tio de Olivia e até de certa forma, já gostava de vesti-las. Olivia veio horas depois, acordou mais tarde do que de costume e costumeiramente, seu dia demorava um pouco mais, pois cuidar do tio, não era uma tarefa fácil.

— Nossa, você acordou cedo. Disse Olivia arrumando o cabelo enquanto andava até o menino. A garota deixou enfim o cabelo num coque e costumava deixar assim sempre que ia começar a trabalhar.

A jornada de AstraOnde histórias criam vida. Descubra agora