Capítulo 9 O ASSASSINO DO VILAREJO

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Eles estavam desnorteados. Não esperavam aquilo, não queriam aquilo. Era como se tudo o que passaram antes não tivesse sentido, como se tivesse sido em vão. Astra olhava com as pupilas contraídas. Mais uma pessoa morreu porque eles foram descuidados, porque eles não averiguaram toda a situação como um todo. Por isso, agora a sua frente jazia mais um cadáver.

Arthur puxou Astra pelo braço, levou o menino até de volta para ode suas parceiras os esperavam. Puxou as outras duas juntas para dentro da taverna.

— Vocês dois, fora da vila, agora.

— O que? Por quê? Perguntou Olivia

— Não resolvemos porra nenhuma, os Aldeões estão furiosos e como vocês não podem lutar, eu gostaria que os dois ficassem seguros. — Ele se ajoelhou para ficar na mesma altura que as duas crianças. — Vocês foram maravilhosos, eu vi o que o Astra fez e você minha querida, você é uma companheira muito boa para ele. Não gostaria que nada acontecesse com vocês dois. Já fizeram o bastante por aqui.

— Nós não podemos simplesmente deixar as coisas como estão aqui. Disse Olivia em protesto a Arthur

— Alois, você viu o estado aquele homem, você tem plena noção de que isso não é qualquer coisa.

O menino nada respondeu, só pensava no que havia dito, aquilo havia o atingido no âmago e lhe doeu muito. Olhou para Arthur com seus olhos sem esperança alguma, porém o homem não devolveu resposta alguma, foi um momento frio.

— Vamos, arrume suas coisas — Disse Arthur virando as costas. — Eu e Beatrix vamos cuidar disso sozinhos.

Olivia olhava para os dois com um rosto indignado enquanto o jovem Astra parecia arrasado. Ela virou- se para ele e segurou pelos dois braços como se fosse chacoalhá-lo.

— Não pode deixar que isso acabe dessa forma.

O menino virou o rosto.

— Não se atreva a virar o rosto para mim, sabes bem que estou lhe falando o que é certo!

— ACABOU, OK? — Respondeu ele em um grito repentino — Eu falhei, eu achei que nós poderíamos fazer alguma coisa, alguma coisa contra este ser, mas olhe só o que está acontecendo aqui, preste bem atenção. Você qua se morreu! Como pode ficar me falando estas coisas? Eu não tenho poder para te proteger e você também não tem poder nenhum. Por favor, pare com isso, você sabe que não somos capazes de conseguir, veja só até uma dia atrás eu estava banhado em sangue, Arthur tinha todos os ossos da costela quebrados, Beatrix estava inutilizada pelo monstro de planta e você, você não entende. Você também quase morreu, e se isso tivesse acontecido? Aquilo que aconteceu foi somente pura sorte minha e sua eu não... — O menino foi interrompido com um tapa no rosto.

Agora, sua bochecha direita tinha uma marca avermelhada da mão da menina, quando virou lentamente o seu rosto surpreso com o que tinha acontecido foi que ele viu, uma menina que parecia tão forte, naquele momento tão fragilizada pelas palavras do menino, os olhos continham lágrimas que faziam os olhos azuis cintilar com a luz da manhã que entrava levemente na taverna fazendo aquela meia-luz do dia azulada.

— E eu? — Dizia ela tentando sem sucesso conter o choro — Você em nenhum momento pensou que eu também estava com medo? Lembra da Cocatriz? Foi você quem conseguiu me forçar a ir até lá mesmo com todo aquele medo. Por causa de você eu tive a coragem de continuar o caminho até tudo o que se procedeu depois. Como você pode me dizer algo desse tipo. Não é só você quem tem medo de tudo que está acontecendo. Eu vi aquela coisa com meus próprios olhos, não era humano, não poderia se negociar como foi com o seu irmão, não teria piedade de mim e nem de você. Eu me senti fraca naquele momento, me senti destruída. Eu não tinha como vencer aquilo.

Ela colocou a mão no rosto de Astra, como se quisesse desculpar-se pelo tapa ou mesmo somente amenizar a dor que o menino acabara se sentir.

— Mas você viu Astra. Foi você quem derrotou a criatura. — Ela pegou as mão do menino e juntou — Naquele momento, não poderia ter sido qualquer um, você encontrou um momento para atacar e o fez, você salvou a todos com essas mão, você empunhou a espada e acertou o golpe que salvara pessoas que você ama. — Ela colocou as mão do menino no peito, como se fosse capaz de tocar o coração dela. — Acredite pelomenos agora em você — e voltou a mão do peito dela para o dele.

O menino estava de olhos arregalados olhando para ela. Um sorriso gentil e cansado surgiu no rosto dela. O lugar, ao menos na visão de Astra já não era mais tão triste, talvez pela força de vontade de Olivia. Quando girou a cabeça, havia mais duas conhecidas figuras próximas a porta.

— Astra e Olivia, quando eu e Beatrix éramos mais jovens, costumávamos a ser exatamente como vocês, sem saber a hora de desistir de algo. Essa è a natureza de um aventureiro de verdade, eu sequer saí daqui pois já sabia que não seriam capazes de desistir de nada e sim Astra, ela está certa. Eu dei alguns golpes no monstro, mas o nosso herói foi você.

Astra virou os olhos para Beatrix que estava ao lado de Arthur e a mulher meneava a cabeça com um sorriso. Foi naquele momento que o menino sentiu um fogo dentro do peito. Foi naquele momento que ele sentiu que não deveria desistir do seu objetivo, juntos eles iriam vencer o problema que lhes afligia.

— Vamos atrás dessa coisa. Juntos, primeiro, vamos até o corpo temos que descobrir o que aconteceu. Disse o menino

Olivia olhava para ele contente com a transformação do menino.

— Sei bem disso Astra — Disse Arthur com olhar pensativo — Mas acho bem improvável que estes moradores nos deixem fazer algo depois de ficarem tão furiosos. Precisamos pensar em algo.

— E o que poderíamos fazer? Perguntou a meninos dos cabelos doirados.

— Bem, eu não acho isso nem um pouco bom, mas provavelmente teremos de pegar o corpo para examinar no momento em que eles permitirem.

— Você está falando em desenterrar o corpo? Retrucou Astra

— Ah... eu preferia não dizer isso tão explicitamente.

— Isso é... É mau. Disse Olivia

— Não creio que tenhamos tanto tempo e tantas opções senhorita Olivia, precisamos agir o quanto antes pois logo mais haverão mais vitimas desse monstro assassino.

— Ele tem razão. — Completou Astra — Não é como se eu estivesse sentindo-me bem com isso, mas pelo visto é o que nos resta.

— Não gosto disso, mas se é o que podemos fazer, que assim seja. Disse Olivia

— Muito bem então. Esperemos até o anoitecer. Completou Arthur

Todos olharam para Beatrix e a mulher meneou a cabeça em concordância com o resto do grupo.

A jornada de AstraOnde histórias criam vida. Descubra agora