CAPÍTULO 1 OS SETE IRMÃOS

10 0 0
                                    

Era uma bela manhã, uma manhã que poderia ser confundida com um dia de muito calor, pois o sol raiava pela floresta, mas ao contrário do que aparentava, estava frio, um frio bem suportável, mas que qualquer ser desnudo provavelmente daria umas boas tremidas.

O sol raiava criando faixas luminosas que caiam pelo chão de maneira abrupta. A grama era verde, tão verde que os mais desavisados poderiam dizer que se tratava de magia. Só não havia silêncio naquele lugar pois cigarras, pássaros, dentre outros animais emitiam seus sons como o costumeiro de qualquer lugar onde estes habitassem. O som deles foi quebrado por uma voz, uma voz fina, uma voz infante.

— ONDE VOCÊS ESTÃO?! Gritava. Seus cabelos eram prateados, grandes, chegando a bater na base do pequeno pescoço, lisos no começo e ondulavam-se levemente nas pontas. Seus olhos eram uma mistura de cores azul e vermelhos, mas pareciam-se como se cristais de rubi e safira tivessem se fundido de alguma forma, talvez mágica, talvez propriamente mundana, ou só uma pequena anomalia daquele pequeno ser. As orelhas eram pontudas. A pele era de um branco liso com várias partes em que ficavam avermelhadas, provavelmente onde a circulação do sangue era maior. — ONDE VOCÊS ESTÃO?! Repetia incessantemente na espera de uma resposta que talvez nunca viesse. Os lábios vermelhos começavam a tremular, O pequenino já começava a sentir o início do que se pode chamar de desespero ou até mesmo, medo.

— Isso não tem graça- Disse com a voz trêmula e pôs-se a chorar. Um barulho de arbustos se mexendo interrompeu seus pensamentos e quando virou o rosto foi que ele viu.

— Francamente, você nunca consegue brincar de pique-esconde. Disse um outro rapaz com cabelos encaracolados, brancos e olhos iguais ao outro ser, mas este era diferente quando se tratava de altura, na verdade parecia mais velho que o outro menino.

— Elasalor, você me assustou. Onde estão os outros? Fiquei assustado, pensei que tinham ido embora e não sei o caminho de volta para casa.

— Estão se escondendo ora, venha, vamos procurar por eles agora. Disse o garoto estendendo a mão para o mais novo. -Vem, anda Heorwin.

Elasalor usava um suspensório de um marrom bem escuro e uma camisa branca, estava bem vestido, mas bem diferente do pequeno irmãozinho. Os dois seguiram pelo bosque caminhando. O mais velho sem direcionar olhares soltava alguma frases que pareciam dar início a alguma conversa, mas nunca chegavam a realmente conversar.

— Mamãe e papai devem estar preocupados. Dizia Elasalor sem olhar para o irmão.

Heorwin não respondeu mas olhava com a boca levemente aberta para seu irmão mais velho. Não passou muito tempo até que os dois escutaram um galho quebrar logo a cima deles. Em reação ao som, os dois olharam para cima e viram um outro garoto muito parecido com eles dois, mas este parecia ser do mesmo tamanho de Heorwin. Mas este tinha um penteado diferente, apesar das mesmas cores, seu cabelo ela liso, mas grande, se não fosse pelas orelhas pontudas, certamente estariam cobertos. Ainda assim não eram tão grandes quanto os de Heorwin. O cabelo não cobria-lhe o rosto, pois estava penteado para trás formando várias pontas para cima.

— Elendir! Desça logo daí. Temos que voltar para casa

— E desde quando você é quem dá as ordens?

— Não interessa desde quando, papai e mamãe vão ficar com raiva. Vamos, desça logo daí.

Elendir fez uma careta feia, não tinha a menor intenção de parar a brincadeira, mas ainda assim, sentiu-se obrigado devido a imponência do irmão mais velho. O garoto desceu da árvore, como se fosse algo muito simples, apenas um salto foi o que precisou para descer da árvore.

— Só tem vocês dois aqui? Onde estão os outros?

— Isso nós vamos descobrir logo, logo, nada demais. Pois saiba bem que se passa pela sua cabeça a ideia de tentar sair daqui para fazer sabe-se-la-o-que eu vou lhe dar uns bons tapas.

A jornada de AstraOnde histórias criam vida. Descubra agora