CAPÍTULO 15 UMA JOGADA DESESPERADA

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 Bufava, respiração pesada, cansaço e um corredor escuro.

"Não posso deixar que ele fuja" pensava consigo mesmo

Os cabelos brancos se esvoaçavam com a corrida e o jovem Astra ainda assim enxergava normalmente na escuridão, tirava bom proveito disso. Estava com medo, estava com raiva, estava nervoso, era um conjunto de sentimentos que afligiam o elfo.

Pouco tempo depois, as portas fizeram outro som que ecoavam no corredor escuro. Um som de uma armadura seguiu-se logo em seguida. O som de uma cota de malha tilintava com ombreias, braçadeira e caneleiras que compunham a armadura. Ainda assim, o menino não sessou a correria, na verdade, não podia parar.

— Cir...cinus... Desgraçado. Murmurava baixinho com dificuldade.

O som do metal se aproximou ainda mais, o menino fechou os olhos, lágrimas escorreram levemente pelos olhos.

— Por que veio junto? Praguejou consigo mesmo

Sentiu o gosto do suor. O corpo já tremia até aquele ponto. Não aguentou, precisou de uma pausa, foi nesse momento que o barulho da armadura começou a ressoar mais alto e Armos estava logo atrás dele quando menos esperava.

— Astra...

O menino não respondeu, estava com as mão apoiadas nos joelhos, estava cansado, bufava em buscar de mais e mais ar, era difícil respirar naquele ponto.

— Deixe-me falar com você um pouco...

— Não! Você está junto com os outros, não é? Me diga logo, Elasalor já causou mal suficiente a mim e a Olivia.

— Astra...

— Eu não quero que vocês venham atrás de mim

— Eu nunca vou voltar para aquele inferno, eu não vou ser olhado de cima por nenhum de vocês, eu não quero ser mal tratado apenas porque eu não sou tão forte quanto vocês, eu odeio isso, eu nunca mais volto para casa.

— Astra! Armos levantou a voz

Logo após se exaltar, ele desceu o tom da voz.

— Eu não sou como Elasalor, você pode ir se quiser, construa sua própria história. Depois do que me falaram que aconteceu na cerimônia, eu entendi bem o motivo de você ter ido, mas se você foi porque está com medo de ser julgado, eu digo a você não está saindo de casa pelo motivo certo. Eu não vou dizer-lhe o que deve fazer e nem como deve fazer, tudo isso, você precisa descobrir por si mesmo.

O jovem elfo mordeu os lábios, lágrimas escorreram pelo rosto. Abaixou a cabeça. O irmão se aproximou e o abraçou.

— Não tenha medo.

O menino não respondeu, ainda chorava.

— Mas agora Astra, não vamos parar, vamos nos concentrar em pegar esse tal Circinus.

O menino com o rosto inchado de chorar olhou para o irmão e meneou a cabeça em concordância.

Tornaram a correr por dentro do corredor e finalmente podiam ver uma sala, uma sala grande, parecida com a anterior, luzes bruxuleantes e uma segunda porta, mas a frente dele estava Circinus.

—uhuhuhuhuhuh. Riu de boca fechada — Hahahahahahahahahahahahahahaha. Uma risada desesperada tomou conta de seu corpo, começou a se encurvar para frente e para trás num medonho riso de vitória, seus olhos pareciam deixar rastros vermelhos no ar, aqueles olhos maléficos e demoníacos do homem.

Os dois heróis ficaram olhando aquilo esperando o que o oponente revelar o que tramava.

— Eu nem acredito que eu consegui... falou Circinus baixinho. — Pensei que as coisas haviam desandado, mas nem consigo crer no que consegui fazer... huhuhuhuhu.

A jornada de AstraOnde histórias criam vida. Descubra agora