CAPÍTULO 6 O CARVALHO REAL

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Os dois Andaram noite adentro até que seus pés sangrassem, quando se deram conta, já escutavam o cantar dos pássaros e a noite não era mais tão escura. O lado bom da escuridão é que como elfo, Astra conseguia enxergar no escuro. Por outro lado, seus perseguidores, por serem da mesma raça, também poderiam.

Finalmente pararam. Se apoiaram em uma árvore e respiravam pesadamente, estavam muito cansados. A grama estava levemente molhada pôs chuviscara durante a madrugada, não o suficiente para deixar as crianças ensopadas, com as roupas grudadas ao corpo. Astra naquele ponto, já havia largado a mão de Olivia.

— Olivia... — O menino pôs-se a chorar, ainda não tinha tido tempo para extravasar — Me desculpe, eu destruí tudo o que você tinha.

— Astra... — Ela se aproximou dele, botou a mão em seu rosto, aquelas mãos que sempre reconfortavam o coração do garoto e usou o dedão para enxugar as lágrimas que corriam de seu rosto. — Você não precisa se desculpar de nada. A escolha foi minha de continuar com você, porque me é muito querido. Lembre-se disso. Mas... Eu quero que você me conte uma coisa só... Quem é você?

Astra a encarou de maneira mais séria dessa vez. A princípio não gostaria de falar disso, mas na situação em que se encontravam, acho que nada era mais justo. Seria isso o certo? Contar tudo não poderia pore-la em perigo? Não poderia por ele mesmo em um maior perigo? Hesitou por um bom tempo até que enfim cedeu ao pedido de Olivia.

Contou sobre tudo o que aconteceu. Olivia olhava para ele como tudo aquilo parecia fantástico, mas ao mesmo tempo triste. O menino que fugiu rejeitado pela própria família.

Olivia abraçou Astra com força.

— Você nunca mais vai ficar sozinho. Ela disse baixinho em seu ouvido.

O menino chorou incessantemente naquele dia. Essas simples palavras significavam muito para ele. E os dois ficaram lá por mais um tempo... sentados... no meio daquela floresta.

Dormiram naquele lugar, quando o sol estava já mais forte, por mais ou menos meio-dia, os dois já não conseguiam mais dormir, ainda assim, estavam cansados, não dormiram nada na noite anterior.

— Temos que ir. Astra disse calmamente para a jovem.

— Tudo bem, já vou me levantar.

Os dois se arrumaram e seguiram pela floresta.

— O que você acha de seguirmos pela estrada? Ele perguntou

— Não sei, e se mais dos seus irmãos estiverem atrás de nós?

— Eu pensei nisso, mas se algum lobo aparecer, tenho medo de não sermos capazes de enfrentá-los.

— Você tem razão, já que é o caso, vamos para a Estrada, lá vai ser melhor doque correr o risco de morrer por aqui.

— A propósito, para onde você pretende ir? Perguntou Olivia.

— Sinceramente, eu não sei. Precisamos de um mapa?

— Você sabe ler?

— Sei sim, tinha um professor muito bom quando morava no castelo.

— Nossa que legal... Pode me ensinar também?

— Posso, digo, vai demorar. Mas eu posso sim.

— Eba!

Os dois sorriram e partiram pela estrada de terra. Uma coisa curiosa, era que Astarburry era conhecida por ter uma forte ligação entre a natureza e a magia. Por isso, onde quer que fossem, era possível ver rastros mágicos ou mesmo a flora as vezes era mágica. Então muitas coisas consideradas fantásticas aconteciam por lá.

A jornada de AstraOnde histórias criam vida. Descubra agora