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O voo de Nova York até Portland, no Maine, é mais curto do que eu gostaria.
Esperava que, no momento em que saísse do avião, já estivesse com os pensamentos em ordem. Que já teria me preparado para o modo "eu consigo!".
A realidade é muito próxima de um enjoo profundo, mas é tarde para voltar atrás.
O último e-mail de Son Minsuk informava que eu devia procurar por alguém segurando um papel com meu nome. Simples assim. Eu cresci na terra dos motoristas particulares. Em outras palavras, sou capaz de encontrar meu nome em meio ao mar de motoristas esperando na saída da esteira de bagagens.
Enquanto me desloco pelo aeroporto, procuro me colocar no estado mental adequado. Dessa vez, não vai ser um motorista particular. Vai ser um pescador de uma cidade pequena, usando camisa de flanela.
Só que estou errada. Tem apenas duas pessoas segurando placas com nomes no desembarque e, como prometido, uma delas tem meu nome. Mas o homem em questão não é um pai preocupado e durão que se isolou para cuidar de sua filha feriada. O que vejo é alguém de uniforme preto, usando inclusive um quepe de chofer.
Talvez eu não esteja tão longe de casa, afinal de contas.
Fico surpresa com o tratamento refinado. Para a sorte dele, sou fluente em riqueza.
- Srta. Bae - ele diz quando me aproximo, assentindo. - Trouxe mais malas?
- Só isso - digo apontando para minha malinha de bordo. - O resto vai direito para os Son.
- Muito bem. - ele pegou a minha bagagem. - Vamos?
Tranquilizada pela familiaridade de toda essa rotina, eu o sigo pelo pequeno aeroporto, sem deixar de notar o modo como as mulheres encaram os meus saltos Gucci e os homens, a minha bunda. Eu não sabia qual era a vestimenta apropriada para uma cuidadora da Nova Inglaterra, então optei por calças pretas e uma blusa rosa. Ao ver o sedã de luxo, no entanto, fico feliz por não ter vindo de calças jeans. E pensar que eu estava preocupada em sujar minha roupa numa camionete suja. O máximo com que tenho que me preocupar nesse carro é se devo ligar ou não o ar-condicionado.
O motorista coloca a bagagem no porta-malas e abre a porta traseira para mim, para depois se acomodar atrás do volante. Acho um pouco estranho o tratamento, já que sou uma funcionária agora, mas não vou reclamar.
Os olhos dele encontraram os meus pelo retrovisor.
- Me chamo Kai, senhorita.
- Prazer, Joohyun - me apresento, abrindo um sorriso que espero que indique que ele pode relaxar. Talvez esse cara possa responder algumas dúvidas sobre quem são os Son e o que exatamente esperam de mim.
- Eu sei - ele disse, simpático. Pelo menos não é de todo formal.
- E você...
É motorista particular dos Son? Foi contratado só para me impressionar na chegada?
Kai continua a me olhar pelo espelhinho e levanta as sobrancelhas quando percebe que não vou terminar a pergunta.
- Você é daqui? - pergunto, perdendo a coragem.
- Nascido e criado no Maine - ele responde, depois de uma pausa para verificar os retrovisores e sair.
- Portland? - pergunto. É a única cidade que eu conheço. Além de Bar Harbor, onde vou ficar os próximos três meses, sobre a qual não sei nada. Na verdade, só se eu passar no teste dos Son e eles pedirem para estender minha estadia. Mas se chegar a esse ponto, espero já saber o que quero fazer da minha vida. E espero já me sentir menos anormal.
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𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓 𝐌𝐄 𝐔𝐏 [𝐖𝐄𝐍𝐑𝐄𝐍𝐄]
Fanfic[𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢𝐝𝐚] Uma garota com segredos corrosivos. Uma ex-soldada com cicatrizes externas e internas. Um amor que pode salvar ambas... ou destruí-las de vez. Aos 26 anos, Bae Joohyun tem Nova York aos seus pés. Por fora, ela é a garota perfeit...