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Tudo bem. Concordar em responder às perguntas de Son Seungwan não foi uma das melhores escolhas que já fiz. Mas, para ser honesta, como fazer boas escolhas não tem sido um dos meus pontos fortes, não me parece tão absurdo assim.
No entanto, seguir esse padrão de más escolhas não diminuiu o meu receio de acabar falando demais, ainda que eu pretenda não revelar nenhuma verdade mais profunda. Por um segundo, penso em voltar atrás e dizer que não vou ser sincera de jeito nenhuma só para suborna-la a fazer uma coisa que já deveria estar fazendo há muito tempo.
Então, noto a tensão em seu rosto quando olha para o leg press. Está nervosa. Quer dizer, está brava, e concluo que não sou a única que está furiosa por ter se deixado encurralar. Mas não é raiva de Seungwan que faz com que eu engula me orgulho e cumpra o combinado, mesmo às custas da minha privacidade. É seu desconforto.
Seu medo de falhar.
Ela se dirige ao leg press como se fosse a guilhotina, e eu ignoro mentalmente toda a baboseira motivacional que imagino que ensinaram na disciplina de introdução à assistência domiciliar para lidar com esse tipo de situação. Espera-se que eu seja uma animadora de torcida, mas essa mulher precisa de algo completamente diferente. Agindo apenas por instinto, estico a mão e dou um tapa na bunda dela.
Seungwan se sobressalta e me lança um olhar incrédulo por cima do ombro - que, por sinal, é bem esculpido e muito tentador.
- O que foi isso? - ela reclama.
- Achei que precisava de um incentivo. - Ela levanta as sobrancelhas.
- Ah, claro. Precisava mesmo ser incentivada. Por que não faz exatamente isso? - Seus olhos se fixam no meu peito.
Ah, que droga. O tiro saiu pela culatra.
Faço sinal para que continue.
- Anda, Son, não temos o dia todo. Preciso me exercitar também. - Ela me lança um olhar compreensivo.
- Sei bem o tipo de exercício de que você está precisando... - Faço uma careta e aponto para o banco.
- Anda logo.
Seu rosto não revela mais que está com medo. Sua expressão é vazia, como se estivesse preparada para o fracasso.
- Tá - eu digo, indo para perto do aparelho, grata por minha mãe ter me contratado um personal trainer quando tinha dezessete anos. Parece maluquice, mas pelo menos sei mexer nos aparelhos.
Ela coloca a perna direita no luar, mas hesita antes de posicionar a esquerda. Está com uma calça de moletom preta, de modo que não consigo ver o ferimento. Eu meio que prefiro assim, embora odeie admitir isso. Nem reparei nesse ferimento ontem à noite, quando a encontrei, mas a verdade é que tinha coisas mais importantes com que me preocupar. Tipo o fato de que ela estava tendo um pesadelo muito maluco. E que ela descobriu rápido demais o que fazer com o meu corpo.
Balanço a cabeça para afastar esses pensamentos, tomando cuidado para não trocarmos olhares.
- Você está vermelha - Seungwan diz. - Em que está pensando? - Olho para ela.
Parece que uma sombra - poderia ser remorso? Passa pelo seu rosto, e por um segundo acho que vai pedir desculpas por ontem à noite. É o que deveria mesmo fazer. Mas... não quero que ela se desculpe. De alguma forma, se fizesse isso, eu me transformaria em vítima, e eu estava no controle. Bom, não no controle dos meus hormônios. Mas sei que, se tivesse exigido que ela se afastasse de mim, Seungwan teria obedecido. Ela feriu meu orgulho, mas não a mim. Eu queria cada segundo do prazer que ela proporcionou, mesmo que pelos motivos errados. Não quero um pedido de desculpas por isso.
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𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓 𝐌𝐄 𝐔𝐏 [𝐖𝐄𝐍𝐑𝐄𝐍𝐄]
Hayran Kurgu[𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢𝐝𝐚] Uma garota com segredos corrosivos. Uma ex-soldada com cicatrizes externas e internas. Um amor que pode salvar ambas... ou destruí-las de vez. Aos 26 anos, Bae Joohyun tem Nova York aos seus pés. Por fora, ela é a garota perfeit...