Cap 49

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  ~Babi Narrando~

Entro em minha casa... Minha antiga casa, e vejo o quão meu pai se esforçou para tudo voltar como era antes.

  Não está realmente organizado, mas não está bagunçado como antes. Tem pratos na louça, o suficiente para saber que é uma louça de dois dias.

   Não tem garrafas pelo chão e o cheiro da casa não é de cigarro, mas cheira exageradamente a perfume.

  Subo as escadas indo até o meu quarto. Que está exatamente como eu deixei, exceto por uma coisa...

  Um bilhete na cômoda da cabeceira. Um post-it. Tem vários desses na minha gaveta, quem quer que tenha colocado isso aqui provavelmente escreveu de última hora.

" Eu te Amo"

É o que está escrito... Reconheço logo de cara essas letras... Esperava que fossem as do meu pai, mas é a de Bruno. Já o vi inúmeras vezes assinando em papéis e mesmo que aquele pequeno bilhete não tivesse assinado, as letras eram dele.

  Respiro fundo e uma lágrima solitária desliza pelo meu rosto, onde eu rapidamente eu limpo.

  Não! Eu não posso chorar mais por ele...

Ele claramente não me ama, só está tentando fuder ainda mais com minha cabeça, querendo que eu volte para ele, mas isso não vai acontecer.

Mas uma coisa passa pela minha cabeça, esse bilhete significa que ele esteve aqui...

Balanço a cabeça para tirar qualquer tipo de pensamento que me leve a ele neste momento.

  Eu o amo? Sim. Muito! Mas eu não posso nem conseguiria perdoa-lo.

  Olho mais uma vez em meu quarto...

Preciso arrumar minhas coisas e sair daqui o mais rápido possível. Mas antes, eu não posso ir com essas roupas manchadas de sangue.

Entro no banheiro da casa e rapidamente tomo um banho.

Vou em meu guarda-roupa e vejo as roupas que eu acabei deixando. Que são as que eu não gosto muito, mas ainda assim dá para usar.

Uma camisa branca de mangas compridas, que vai até a minha mão, e uma calça jeans simples.

É tudo o que eu preciso para consegui  sair  daqui.

Pego uma mochila que era da minha escola, junto algumas roupas que eu acho necessárias, e tudo o que for necessário.

Com a morte do meu pai, creio que essa casa irá ficar para mim. Deve dá o suficiente para eu sair daqui.

  Procuro meu celular em meus bolsos e eu não acho.

              Droga! Eu o esqueci...

Respiro fundo para me impedir de chorar novamente.

Sei que tudo na minha vida é muito mais pesado que meu celular, mas sinto que tudo em minha vida está dando errado.

  Sento na cama e apoio minha cabeça nas minhas mãos.

Por quê aqueles momentos estão passando fodidamente por minha cabeça.

É como se eu saísse desse mundo e vivenciasse aqueles momentos novamente.

É a segunda vez que acontece isso hoje, já aconteceu no hospital e aqui agora...

Quando eu atirei naquele cara... Sangue por todo o meu rosto...

Acordo do meu transe quando ouço batidas  em minha porta.

Me levanto rapidamente com um pouco de receio de quem seja. Me aproximo... Será que é...

Vendida para o Dono do Morro: BabruOnde histórias criam vida. Descubra agora